Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, o secretário estadual de Segurança, Wantuir Jacini, descartou o chamamento da Força Nacional de Segurança para conter a onda de violência em Porto Alegre, que registrou seis ataques a coletivos na noite de terça-feira. Para o coronel Alfeu Freitas, comandante da Brigada Militar, a Força Nacional, se viesse a Porto Alegre para ficar por um período curto, "mais atrapalharia" por não conhecer a realidade local.
O secretário, no momento, também considerou desnecessário reforçar o policiamento na Capital com pelotões do Interior e da Região Metropolitana. Jacini assegura que, desde a 1h da madrugada desta quarta, já está em curso um planejamento para garantir segurança aos trabalhadores e passageiros do transporte coletivo. Para as próximas horas, diz o comandante da Brigada Militar, coronel Alfeu Freitas, será reforçado o policiamente nas garagens das empresas de ônibus e também nas vias troncais da zona sul.
- Vamos trabalhar com a presença ostensiva. A polícia tem de ser vista. E também vamos atuar com abordagem, não podemios ter uma polícia contemplativa. Vamos empregar patrulhas com carro, moto e a pé, buscaremos a troca de informação com a comunidade - disse Alfeu, indicando que as patrulhas serão feitas pelo BOE de Porto Alegre.
Apesar de grupos criminosos estarem desafiando as autoridades, Jacini chegou a dizer que o efetivo de Porto Alegre está dando conta do recado. Por isso, descartou momentaneamente trazer reforços do interior.
- Temos interesse em manter os efetivos nas cidades de origem. A demanda existe em todos os lugares - reforçou Alfeu.
Ele ainda complementou falando sobre a possibilidade de novos policiais serem chamados para a Brigada Militar. No último concurso, cerca de 2,5 mil foram aprovados. Mas, até agora, não foram chamados para o período de academia devido às dificuldades financeiras do Estado.
- A pessoa mais interessada em chamar os aprovados no concurso para a Brigada Militar é o governador. Espero que possamos chamar o mais rápido possível, estamos na expectativa - afirmou Alfeu, sem dar prazos e explicando que a etapa de treinamento se estende por oito meses.
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Dentre as ãções ja em andamento, destacadas por Jacini, está a investigação da autoria dos fatos pela Polícia Civil e ampliação do policialmente na zona sul de Porto Alegre, onde aconteceram os ataques, a partir do emprego da totalidade do Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Capital.
Jacini ainda esclareceu que, os incêndios nos coletivos, foram uma represália de uma facção que atua no tráfico de drogas, pelo fato de um dos seus integrantes ter sido morto em troca de tiros com a Brigada Militar na terça-feira. Logo depois do episódio, tiveram inicio os ataques.
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- A rebelião que aconteceu na terça na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ, em Charqueadas) não está relacionada com os ataques a coletivos - garantiu o secretário.
Veja fotos dos ataques: