Que as coisas não andam lá tão firmes no ensino estadual, não é novidade. Mas, na tarde desta quinta-feira, em mais um dia de chuva em Porto Alegre, pelo menos simbolicamente essa fragilidade se materializou quando parte do muro lateral do Colégio Julio de Castilho, o Julinho, no bairro Santana, desabou. Em cerca de 40 metros da sua extensão, a estrutura cedeu e se espatifou na calçada da Rua Laurindo.
De acordo com o relato de moradores, já parecia que o muro iria desabar há bastante tempo, e o perigo ficou mais evidente nas últimas semanas. A economista aposentada Regina Ricardo, 53 anos, se diz aliviada por ninguém ter se machucado:
- É um lugar onde costuma ter moradores de rua, gente que passeia com o cachorro... Felizmente não havia ninguém nesse horário porque estava chovendo.
O coordenador administrativo da 1ª Coordenadoria Regional de Educação, Cláudio Araújo Gusmão, afirma que o órgão realizou uma vistoria no local na tarde desta quinta-feira e encaminhou a demanda para a Secretaria Estadual de Obras. Ele afirma que o restante do muro também está comprometido e deve ser refeito.
Cláudio lembra que um laudo realizado há dois anos atestou que, na época, não havia risco iminente de queda, e acredita que os grandes acúmulos de chuva dos últimos meses tenham contribuído para que o solo e o alicerce do muro cedessem. Questionado sobre a resistência do muro, ele destacou a existência de uma grande viga de concreto, mas admitiu que não havia sustentação ao longo da estrutura.
Vice-diretor do colégio, Sérgio Osório afirma que, a princípio, não há previsão de uma solução emergencial para fechar o acesso lateral, mas destaca que não há movimentações de estudantes na área.