Porto Alegre é a capital que lidera o ranking do roubo de veículos no país. Em 2014, foram 6.938 roubos, um índice de 833,8 casos para cada 100 mil carros - quase o dobro da média nacional, que foi de 476,4. Em 2013, a capital gaúcha teve 6.488 roubos de carros, uma taxa de 808 ocorrências para cada cem veículos, o que representa um aumento de 6,04% em relação a 2014.
O levantamento integra o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, tabulado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estudo, baseado em dados fornecidos pelas secretarias de segurança dos Estados com base na Lei de Acesso à Informação, concluiu que, a cada dois minutos e 30 segundos, um carro foi roubado ou furtado nas 27 capitais do país em 2014, totalizando 213.472 casos.
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Logo atrás de Porto Alegre, aparecem Salvador e São Paulo. Na capital baiana, os roubos subiram em 2014 em relação a 2013. São 6.371 casos (índice de 777,7 roubos para cada 100 mil carros) contra 6.125 (taxa de 780 casos). Os furtos registraram 1.749 casos em 2014, contra 1.417 no ano anterior, um aumento de 23,43%.
A cidade de São Paulo foi considerada a capital com o maior número absoluto de roubos e furtos pelo FBSP: 99 mil casos em 2014, média de um carro perdido a cada cinco minutos. Foram 49.344 roubos, em 2014, uma taxa de 673,8 casos para cada 100 mil veículos. No anterior, foram registrados 50.713 casos, uma taxa de 723,4 ocorrência.
Segundo o estudo, houve uma queda de 2,7% nos roubos de um ano para o outro, que teve como consequência uma variação negativa de 6,86% no índice de casos. Os furtos também apresentaram queda: de 48.477 casos em 2014 ante 49.703 no ano passado.
Para a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno, os números mostram que a incidência de roubo e furto de veículos continua muito alta no país. Segundo ela, os furtos ocorrem com menos frequência em relação aos roubos porque a atual tecnologia dos veículos inibe a ação dos criminosos:
- O roubo não exige uma especialização do bandido. O mais preocupante é que o aumento de roubos, na maioria dos casos, está ligado ao crescimento de crimes contra a vida, principalmente o latrocínio.
Samira diz que as autoridades de segurança dos Estados devem ficar atentas à fiscalização dos desmanches.
- Se o carro é roubado é porque existe alguém para comprar as peças. Muitos Estados estão intensificando o combate aos desmanches ilegais, o que é positivo. É um fator inibidor ao roubo de veículos - explicou.
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* Estadão Conteúdo
No Rio Grande do Sul, a Lei de Desmanches entrou em vigor em maio e, segundo o tenente-coronel Luiz Dulinski Porto, diretor do Departamento de Gestão Estratégica Operacional da Secretaria de Segurança Pública do Estado, a previsão é que o número de roubos caia.
- Dessa maneira, vamos poder fiscalizar o estabelecimento para saber qual é a procedência da peça. Se a peça não tiver procedência, vai ser imediatamente destruída - confirmou. - Faz seis meses que a nova administração assumiu a secretaria. Priorizamos os delitos contra a vida e contra o patrimônio, o que não conseguimos diminuir foi o número de roubos de veículos - disse.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que os roubos caíram 27,43% de janeiro a agosto deste ano em comparação a 2014. Os furtos de veículos caíram 11,64% na comparação do mesmo período. Ano passado, graças ao trabalho dos setores de inteligência policial e da criação da Lei dos Desmanches, 186 estabelecimentos foram fechados.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que não havia nenhuma autoridade disponível para comentar o assunto.