Aberto há 84 anos no Bairro Azenha, em Porto Alegre, o Albergue do Instituto Espírita Dias da Cruz vive dias de incerteza devido às dificuldades financeiras. A instituição que atende basicamente a moradores de rua retira a maior parte da sua receita de ações como brechós, bazares, feiras e doações por carnê ou depósito bancário.
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O repasse mensal da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) para o albergue, de R$ 28,7 mil, e da Secretaria Municipal da Educação (Smed), de R$ 28,9 mil para a Escola de Educação Infantil Casa do Pequenino, outro braço da instituição, bancam apenas 37% do custo mensal do Instituto, de R$ 160 mil.
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Para que houvesse um alívio nas finanças, o presidente da entidade, Éder Geraldo Cardoso, afirma que o repasse público deveria dobrar.
Por noite, o albergue atende 62 homens e 38 mulheres em ambientes separados. Ao chegar, a partir das 19h, são identificados, passam pela assistente social, recebem orientação profissional, tomam banho, ganham janta, pouso e café da manhã. O albergado tem direito a 15 noites por mês - caso falte em uma delas, perderá a vaga - se neste período conseguir emprego poderá ficar mais 30.
Ponto de partida
Nenhum deles é aceito com sinais de embriaguez ou sob o efeito de drogas. O local, segundo Éder, funciona como um ponto de partida para a mudança de vida de quem realmente deseja sair das ruas.
- A gente sabe que crianças e idosos têm mais apelo para doações, mas o albergue pode mudar a realidade de quem passa por aqui. Neste mês, caíram muito as doações por carnês e depósitos, provavelmente devido ao parcelamento dos salários do funcionalismo estadual. Do jeito que está, conseguiremos manter (o albergue) só até o final do ano.
Caso haja necessidade de fechamento de uma das ações sociais, a prioridade da instituição é manter a Casa do Pequenino, que atende 120 crianças.
Pedido de ajuda
Albergue Dias da Cruz pode fechar por dificuldades financeiras
Instituição com 84 anos depende basicamente de doações e ações sociais
Jeniffer Gularte
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