Engavetado na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), o projeto de construção de um cachorródromo cercado no Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre, deve voltar a ser debatido internamente na prefeitura. O objetivo é retomar a ideia de ocupar o espaço vazio do antigo Minizoo Palmira Gobbi, desativado em 2011, mas conciliando as expectativas do poder público e dos proprietários dos cães.
A ideia do cachorródromo é da deputada Regina Becker Fortunati (PDT) e foi sugerida em 2012, quando a esposa do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, atuava na Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda) ainda como voluntária. Na época, Regina argumentara que o ponto onde estava o minizoo seria mais adequado porque não exigiria muito investimento por já estar cercado, ter toda a tubulação hidráulica e elétrica e um tamanho suficiente.
- Os proprietários de cães queriam que o cachorródromo fosse ao lado do chafariz (também conhecido como fonte luminosa). Fiz uma reunião com eles e o Programa Monumenta, em que explicaram que a área é tombada, tornando inviável construir naquela área. O grupo disse que a área do minizoo é muito escura, não tem incidência de sol, não tem grama, e que gostava daquele lugar que utilizavam, perto do chafariz - disse Regina, na tarde desta terça-feira.
O atual secretário municipal dos Direitos Animais, Maurício Oliveira, pretende falar com o prefeito para discutir a ideia. Para pensar em tirar o projeto do papel, também será preciso aguardar o término das obras que ocorrem na Redenção - de drenagem, iluminação e a reforma do chafariz e do passeio central.
Frequentadores que passeavam pela Redenção com seus cães nesta terça-feira concordaram que a criação de um cachorródromo cercado na Redenção é importante. A engenheira Gabrielli Yamashita, 25 anos, segurava pela guia a cachorrinha Pipoca, um ano e sem raça definida.
- Tenho medo de perdê-la, se ela sair correndo. Acho interessante ter um lugar cercado - afirmou.
Ao lado da sua cocker Fifa, de oito anos, o professor na UFRGS Nelson Rego, 46 anos, também é simpático ao projeto:
- É bom ter um lugar de concentração de cães, isso reduz o risco de que esbarrem em crianças ou idosos, por exemplo. Eu a traria aqui desde que também pudéssemos continuar deixando os cães no gramado perto do chafariz.
O abandono do local escancara o desperdício com o terreno, que tem 2,8 mil metros quadrados. De acordo com o projeto original, a área contaria com bebedouro para animais, pista de exercícios, sacos plásticos para coleta de dejetos e tela de 1m50cm de altura.