O projeto que criaria uma passagem subterrânea para eliminar o cruzamento com a Terceira Perimetral com uma obra na Rua Anita Garibaldi, ainda no papel, era motivo de polêmica. Naquela época, quando a obra era apenas uma ideia, os moradores dos bairros Bela Vista e Mont'Serrat se posicionaram contra as mudanças na região. Eles diziam que a nova passagem não permitiria aos condutores virar à esquerda na Carlos Gomes, exigindo um grande contorno por ruas hoje arborizadas e pouco movimentadas.
Em 2010, a previsão era de que a obra na Anita Garibaldi começaria em 2012 e terminaria no ano seguinte. Até hoje, a região acumula material de construção e, desde o ano passado, pouca coisa mudou.
Confira, ano a ano, as idas e vindas de um projeto que parece não ter fim:
2010: Quatro anos antes da Copa do Mundo, a prefeitura de Porto Alegre anunciava obras de mobilidade na Terceira Perimetral, ao custo de R$ 120,4 milhões. A previsão para o início da construção da trincheira da Anita era fevereiro de 2012, com término em dezembro de 2013. O custo inicial era de R$ 10,7 milhões.
2011: Moradores da região já cobravam informações da prefeitura sobre o impacto da obra. Uma reunião foi realizada com o engenheiro Rogério Baú, representante da prefeitura. Uma das preocupações era o corte de 120 árvores.
2012: Protestos tomaram a esquina com a Avenida Carlos Gomes. Com apoio do MP, no final de 2012 a comunidade conseguiu que as compensações ambientais fossem feitas no próprio bairro. As 280 mudas, que iriam para diferentes regiões da Capital, ficaram na região. Além disso, as Alamedas Raimundo Corrêa e Vicente de Carvalho não foram asfaltadas, como previsto inicialmente.
2013: As obras começaram em janeiro. Em junho daquele ano, durante a segunda fase de sondagens do projeto executivo, o rochedo foi descoberto - já com o canteiro de obras aberto. As verificações do projeto básico não captaram as formações rochosas. Um aditivo ao contrato original para a remoção da rocha encareceu a escavação em quase R$ 4 milhões.
Em junho, o prefeito José Fortunati retirou a trincheira da Anita e outras obras da Matriz de Responsabilidades da Copa do Mundo e as colocou no escopo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na prática, havia o risco de a prefeitura perder verbas de financiamento da Caixa Econômica Federal caso não concluísse as obras antes do Mundial.
2014: Em março, depois de seis meses paradas, as obras foram retomadas. A promessa era concluir a parte superior da trincheira antes da retirada da rocha. A finalização foi prometida para setembro de 2014, mesmo mês em que uma matéria de ZH registrou outra promessa da prefeitura: julho de 2015.
2015: A passo de tartaruga, as obras evoluíram pouco desde o final de 2014. A prefeitura rescindiu na última terça-feira o contrato com a Sultepa, construtora vencedora da licitação, e negocia com a 2ª e 3ª colocadas no certame. Caso nenhuma delas aceite seguir a obra nas mesmas condições, deverá ser feita uma nova licitação. A prefeitura está otimista. Se esse acordo for firmado, o prazo para finalização seguirá sendo o final deste ano.
Veja as fotos de como está a região nesse momento: