O presidente do Solidariedade (SD), deputado Paulinho da Força (SP), afirmou que o partido irá encomendar com juristas estudos para basear um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff por ela ter autorizado a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
O negócio provocou prejuízo de US$ 792 milhões para a empreiteira e, segundo delatores do esquema de corrupção na Operação Lava-Jato, foi aprovado mediante pagamento de propina a executivos da petroleira.
- O Solidariedade está consultando advogados sobre o impeachment da presidente Dilma. Falamos hoje com alguns e amanhã teremos outras conversas - afirmou Paulinho. - Ela era presidente do conselho de administração da Petrobras quando Pasadena foi comprada - complementou.
Rosane de Oliveira: pede para sair, senador Renan Calheiros
Ministro do STF deve tirar sigilo de inquéritos até sexta
Um dos juristas que serão procurados pelo partido é Ives Gandra que já elaborou um parecer sobre um pedido de impeachment por improbidade administrativa.
Lideranças do SD almoçaram nesta quarta-feira com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e deixaram o encontro defendendo a proposta de um pedido de cassação do mandato da petista.
Cunha está entre os políticos citados na lista da procuradoria da República enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que devem ser investigados por suposto envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras. O PMDB tem retaliado o governo após a divulgação de que ele e o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), serão investigados.
O que o eterno retorno dos pedidos de Impeachment revela sobre as formas de fazer política no Brasil
Conforme relatos, um dos presentes afirmou que "se for preciso cassar até o vice-presidente Michel Temer (PMDB) para que a presidente Dilma deixe o governo seria válido." Todos teriam rido da brincadeira.
A presidente Dilma era ministra da Casa Civil no governo Luiz Inácio Lula da Silva quando presidiu o conselho de administração da Petrobras. No ano passado, em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, Dilma afirmou que só votou a favor da compra da refinaria de Pasadena porque o então diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró enviou aos conselheiros um resumo "técnico e falho" que omitia cláusulas contratuais que se mostraram prejudiciais à Petrobras.
* AE