Dos 14 tipos de crimes categorizados pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), Porto Alegre registrou aumentou em 12 no ano passado, se comparado com o mesmo período de 2012. Somente os homicídios reduziram 1,7% e os estelionatos caíram 13% no período. Os dados foram divulgados pelo Governo do Estado por meio da Lei de Acesso à Informação. Se comparados os últimos 5 anos, a ocorrência de homicídios, roubo de veículos e latrocínio se mantiveram praticamente estáveis. No entanto, o número de prisões por tráfico de drogas dobrou entre 2008 e 2013, passando de 1,59 mil registros para 3,06 mil, respectivamente.
O secretário municipal da Segurança, José Freitas, afirma que não acompanha os índices de criminalidades da cidade porque a "segurança em geral" não é uma preocupação da pasta:
“Minha Secretaria Municipal não é para cuidar da segurança geral, mas é que precisa trabalhar com políticas públicas em relação à segurança. Não pudemos colocar em prática a parceria com o Estado em relação ao policiamento comunitário, mas vamos tentar nesse ano para ver o que dá para fazer”, justifica.
Previsto para o final do ano passado, o projeto de implantar o policiamento comunitário nos Territórios da Paz de Porto Alegre saiu dos planos da Prefeitura. A desistência é resultante do corte nas despesas do município, anunciado no último mês de agosto. O investimento anual do Executivo municipal seria de R$ 1,26 milhão para ajudar os militares no pagamento do aluguel.
Dentro dos registros de roubos, os estabelecimentos comerciais foram os principais alvos dos assaltantes. O aumento, nos últimos dois anos, foi de 19,5%, passando de 1,8 mil ocorrências em 2012 para 2,2 mil em 2013.
O comerciante Vinícius Groisman, morador do bairro Belém Velho, teve de implantar grades na pequena loja de vendas de bicicletas para dar mais segurança à família. O micro-empresário reclama da ausência de policiamento na região:
“A gente tem que trabalhar na grade e atendendo alguns tipos de clientes. Se não conhece o cara, não deixa entrar. Não existem patrulhas que passem de tempos em tempos, não temos nada assim. Então quando tem uma ocorrência, ainda demoram um tempão para chegar aqui, né? Às vezes, nem é registrada ocorrência porque é uma perda de tempo”, critica.
Compare o índice dos 14 índices de criminalidade de 2008 e 2013:
Gaúcha
Porto Alegre registra aumento de 85% dos índices de criminalidade em 2013
Prisões por tráfico de drogas dobraram nos últimos cinco anos na Capital gaúcha
Cristiano Goulart
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