O documento do Plano de Ação para revitalizar a Bacia do Arroio Dilúvio foi lançado em dezembro de 2012, fruto de um trabalho conjunto entre professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e das prefeituras de Porto Alegre e Viamão. Ele lista 171 ações necessárias para recuperar a bacia e despoluir a água do arroio. A relação inclui intervenções em saneamento básico, regularização fundiária, trânsito, drenagem, coleta de lixo e educação ambiental. A próxima etapa inclui um projeto básico, que necessita de recursos, explica o vice-diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, Carlos André Bulhões.
"Nós estimamos que o volume total de recursos para ações ao longo de vários anos, em função da bacia e da população, é de cerca de R$ 500 milhões. Obviamente que sua implantação não ocorre em apenas um período legislativo. Isso leva anos. No momento atual, a demanda é de R$ 2 milhões para um projeto básico", diz o vice-diretor do IPH.
O projeto básico é importante pois nele são mapeadas mais detalhadamente as obras necessárias. Isso garante a melhor relação custo-benefício no longo prazo. Apesar de o projeto estar parado desde dezembro, o secretário do Meio Ambiente de Porto Alegre, Cláudio Dilda, garante que ele não foi esquecido.
"O projeto está de pé e faz parte das nossas prioridades. Deveremos tentar identificar logo a fonte de recursos e dar início ao próximo passo", afirma Claudio Dilda.
O secretário Claudio Dilda aponta algumas possíveis soluções para financiar o projeto básico.
"Recursos próprios, o que ainda estamos avaliando, ou a busca de parceiros da iniciativa privada. Assim como temos o 'Adote uma Praça', poderemos ter parceiros no sentido de um 'Adote o Dilúvio'. Ou mesmo a busca de recursos junto a órgãos federais", sugere o secretário.
Um dos motivos que levaram à paralisação do Plano de Ação foram as mudanças políticas. Em Viamão, a prefeitura passou por uma troca de gestão após as últimas eleições. Em Porto Alegre, o tema vinha sendo coordenado pelo ex-secretário do Meio Ambiente Luiz Fernando Záchia, que foi demitido. O documento do Plano de Ação do Dilúvio foi criado após uma comitiva liderada pelo governador Tarso Genro conhecer, em junho de 2011, o principal arroio que corta Seul, a capital da Coréia do Sul. Ainda em dezembro de 2011, um protocolo de intenções foi assinado para revitalizar o Dilúvio.
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