Carpinejar vem colecionando prêmios: Jabuti (Câmara Brasileira do Livro), APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte), Erico Verissimo (Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre), Olavo Bilac (Academia Brasileira de Letras), Cecília Meireles (União Brasileira de Escritores) e o Açorianos de Literatura em três edições (Secretaria de Cultura de Porto Alegre). Isso falando só nos mais importantes. São 20 os livros editados: oito de poesia, cinco de crônicas e sete infantojuvenis.
Além de poeta e cronista, é jornalista e professor. E apresentador da TV Gazeta. E comentarista da Rádio Gaúcha. Colunista da Zero Hora. E blogueiro. E twitteiro. E saltimbanco, acrobata, demiurgo, hermeneuta, aforista, menestrel, performático, estiloso e outros desaforos mais. Não bastasse isso tudo, é uma das 27 personalidades mais influentes na internet, escolhido pela revista Época: são mais de 2 milhões de visitas ao blog e mais de 150 mil seguidores no Twitter. São índices que raramente a literatura produz. E vale a lembrança que suas aparições na mídia são posteriores ao sucesso literário. Ou seja, a obra escrita o precedeu como figura pública.
Sucesso entre leitores e crítica (feliz conjunção), o autor está publicando Ai Meu Deus, Ai Meu Jesus. Segundo o próprio livro, são crônicas de amor e sexo. Mas isso diz muito pouco da obra, porque não é possível caracterizá-la apenas assim: o livro é quase um manual de instruções para a vida a dois. Se viesse com roupagem de autoajuda (no melhor sentido), igualmente funcionaria muito bem.
Escrito de cabo a rabo com humor e contundência, pertence à aquela espécie de livro que, depois de pegá-lo, fica imantado nas mãos. É impressionante a capacidade que o autor demonstra ao fotografar cenas comuns e cotidianas da vida amorosa. Ao escrevê-las, faz com aquela aguda leveza que provoca um riso lá pelos dentros do leitor, que se reconhece no efeito de "É isso! É isso mesmo!".
O cronista deve ao poeta esse talento de plantar espantos. E é essa facilidade em transitar nos dois gêneros com o mesmo talento que faz dele um mestre no comportamento humano, um hábil tradutor do mundo psíquico. Tudo indica que ele seria um ótimo terapeuta de casal, como os leitores irão perceber. Não foi por acaso que o nosso Carpinejar conquistou o Brasil. Ai meu Deus: até onde vai esse guri?