O governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado, foi condenado a oito anos de inelegibilidade nesta quarta-feira (11) pela Justiça Eleitoral de Goiás. Decisão também determina a cassação da chapa eleita em Goiânia, composta por Sandro Mabel (União Brasil) e Coronel Cláudia (Avante).
Ee acordo com o Estadão, os três ainda foram condenados a pagamento de multas. Caiado foi condenado a pagar R$ 60 mil, Mabel, R$ 40 mil e Cláudia, R$ 5,3 mil.
De acordo com a juíza Maria Umbelina Zorzetti, Caiado usou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, para realizar um evento de campanha para Mabel e pressionar os presentes a mobilizarem esforços pela eleição do candidato a prefeito do União Brasil. A prática configura abuso de poder político e é vedada pela legislação eleitoral.
Os condenados ainda poderão recorer ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás e, depois, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A reportagem do Estadão entrou em contato com Caiado, que até a publicação desta matéria não havia se manifestado. O governador está no segundo mandato à frente do governo estadual e já se lançou como pré-candidato à Presidência nas eleições de 2026, como alternativa a Jair Bolsonaro (PL), também inelegível.
A condenação atende a um pedido da coligação do candidato derrotado no segundo turno da eleição, o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL). A queixa do ex-candidato foi ratificada pelo Ministério Público Eleitoral.
Entenda o caso
Os jantares denunciados pela coligação de Fred Rodrigues ocorreram nos dias 7 e 9 de outubro, no início do segundo turno do pleito, e contaram com a presença de vereadores eleitos, suplentes e lideranças políticas de Goiânia.
Na ocasião, Caiado teria pedido para que os presentes mobilizassem suas “credenciais” em favor da campanha de Mabel.
Durante o processo, as defesas de Caiado e de Mabel alegaram que os eventos foram de caráter institucional, a portas fechadas e sem pedido de votos.
A juíza classificou os jantares como "eventos eleitoreiros" e justificou sua decisão dizendo que o governador não está impedido de apoiar candidatos à eleição, mas somente poderá dar seu apoio como político.
— Quando ele abre as portas do Palácio das Esmeraldas para pedir apoio para determinado candidato, está ali criando uma confusão entre o público e o privado, que acaba passando a mensagem de que o seu candidato tem o apoio do Governo Estadual, da máquina Estatal — afirma.