A Polícia Federal (PF) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório no qual aponta omissões e contradições nos depoimentos de Mauro Cid. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo.
A PF afirma que Cid descumpriu o acordo de delação premiada, firmado em setembro de 2023, por meio do qual se comprometeu a colaborar com investigações em troca de redução de pena e da possibilidade de responder aos processos em liberdade. O STF deve decidir se mantém ou rescinde o acordo. A rescisão pode fazer com que o militar volte a ser preso, mas isso dependeria, ainda, da expedição de uma mandado de prisão.
O relatório da PF foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, que pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) faça uma análise do tema.
A solicitação da Polícia Federal está relacionada à Operação Contragolpe, deflagrada nesta terça-feira (19). Entre os indícios que basearam a investigação estão conteúdos obtidos de aparelhos eletrônicos que foram utilizados por Mauro Cid. Estes dados teriam sido apagados, mas foram recuperados por investigadores.
Além disso, a PF diz que o então ajudante de ordens participou de uma reunião em que o plano para assassinar presidente e vice eleitos em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, foi discutido, e ele não teria revelado isso em seus depoimentos.
Mauro Cid prestou depoimento de cerca de três horas na tarde desta terça e negou que conhecesse este plano. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro admitiu que apagou mensagens e arquivos de aparelhos, mas alegou que, então, não via essas medidas como ilegais.