Após 23 anos, Manuela d'Ávila deixou o Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A desfiliação da ex-deputada estadual e federal do Rio Grande do Sul foi oficializada pela sigla neste domingo (3).
Em nota oficial, o PCdoB disse que a decisão de Manuela é respeitada, porém lastimada. O partido também declarou que foi feito um "diálogo persistente" para manter a ex-deputada federal nos quadros, mas que as conversas não tiveram êxito.
"Convictos de que no PCdoB Manuela poderia desempenhar papéis relevantes para a reconstrução do país, nesse momento de grandes exigências da luta de classes no Brasil e no mundo, empreendemos com ela um diálogo persistente e respeitoso, no esforço para que o desfecho fosse outro", afirmou o comunicado publicado pelo partido.
Manuela anunciou que estava de saída do PCdoB no dia 16 de outubro. Em entrevista ao portal ICL Notícias, a ex-deputada disse que estava sem partido por "falta de opção".
— Depois de 25 anos em um único partido, eu não sou uma mulher sem partido por opção, eu sou por falta de opção, por falta de condições de qual caminho seguir. (...) Hoje, eu sou uma mulher sem partido, por isso posso criticar todos eles —, afirmou a ex-deputada ao portal.
Trajetória
No PCdoB, Manuela foi vereadora de Porto Alegre entre 2005 e 2007, deputada federal entre 2007 e 2015 e deputada estadual do Rio Grande do Sul entre 2015 e 2019. Ela também concorreu a prefeitura da capital gaúcha em três ocasiões, sem sucesso.
Nas eleições presidenciais de 2018, Manuela foi vice na chapa de Fernando Haddad (PT), atual ministro da Fazenda, que concorreu à presidência.
O Estadão procurou Manuela d’Ávila, mas não obteve retorno.