O suposto responsável pelas explosões que causaram apreensão na noite desta quarta-feira (13) em Brasília tentou acessar o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), pouco antes do ocorrido, mas não conseguiu. A informação foi divulgada pela governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, em coletiva de imprensa:
— Primeiro ato que aconteceu foi a explosão do carro. Depois, o cidadão que até agora não teve (o nome) confirmado, há uma linha de investigação de um nome, ainda não confirmado. Não conseguimos ainda periciar o corpo. O corpo ainda está com artefatos. Logo após a explosão (do carro), o cidadão se aproximou do Supremo, tentou entrar no prédio, não conseguiu, e teve a explosão ali na porta. Logo após esta explosão, a polícia, na hora, chegou ao local. O Corpo de Bombeiros também chegou imediatamente e a área foi totalmente isolada.
A explosão perto do STF acabou vitimando o próprio autor do ataque, segundo as autoridades.
O carro ao qual Celina se refere explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, perto da Praça dos Três Poderes. O veículo — que estava carregado de explosivos, de acordo com a Polícia Militar — é emplacado em Santa Catarina e pertence a Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, 59 anos. Ele foi candidato pelo Partido Liberal (PL) ao cargo de vereador do município de Rio do Sul em 2020, mas não se elegeu. As autoridades, porém, não confirmam que seja ele o homem morto. O veículo estava carregado de explosivos, de acordo com a Polícia Militar.
— Ainda não podemos fazer ilação sobre a relação entre a explosão do carro na Câmara e do homem que morreu após explosão em frente ao STF — afirmou na coletiva Alexandre Patury, secretário-executivo de Segurança Pública do DF.
A governadora em exercício ainda destacou que a polícia apura se o ataque foi uma ação isolada, de um "lobo solitário", ou se pode haver ramificações.
— Nossa Secretaria de Segurança trabalha com todas as hipóteses, inclusive reforçando todas as áreas que são de segurança máxima, como Palácio do Planalto, Congresso Nacional e a Praça dos Três Poderes. Inclusive, a solicitação que eu fiz ao presidente do Congresso é que amanhã (quinta), até que a gente tenha respostas para essa situação, que o ponto seja facultativo no Congresso — afirmou Celina Leão.
O governador do DF é Ibaneis Rocha. Segundo Celina Leão, ele está em licença oficial, mas em contato constante com o governo em exercício. Ibaneis está em viagem na Europa. A governadora em exercício afirmou que ainda não há confirmação se ele antecipará retorno ao cargo diante dos acontecimentos.
Ele se manifestou por meio da rede social X, onde disse que o que aconteceu foi "muito grave" e afirmou que a segurança distrital está orientada a "agir com rigor e celeridade para identificar o autor ou autores, bem como a motivação".