A partir de 1º de janeiro do próximo ano, o Brasil retomará a presidência do Brics, seis anos após ter estado no comando do grupo pela última vez. Segundo o governo brasileiro, a intenção é liderar discussões sobre a reforma da "governança global" e o desenvolvimento sustentável — temas também abordados durante a presidência do G20 neste ano. As informações são do portal g1.
O Brics, que agora é composto por 10 países, incluindo Brasil, Rússia, China, África do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, realizará nesta semana a primeira reunião ampliada. O encontro ocorrerá em Kazan, na Rússia.
A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia foi cancelada por conta de um acidente doméstico, e ele participará da cúpula do Brics por videoconferência.
O que será debatido
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, os líderes do grupo discutirão:
- A entrada de "países parceiros"
- A crise no Oriente Médio
- A cooperação política e financeira entre os membros
No próximo ano, sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", o Brasil deverá conduzir debates sobre:
- A reforma das instituições de governança global
- A promoção do multilateralismo
- O combate à fome e à pobreza
- A redução da desigualdade
- A promoção do desenvolvimento sustentável
Pela rotatividade, o Brasil deveria ter assumido a presidência do Brics neste ano. Contudo, devido à presidência simultânea do G20, o país adiou o comando do grupo em um ano, e a Rússia assumiu o posto em 2024.
Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que o governo concentrará suas atividades relacionadas ao Brics no primeiro semestre de 2025, já que no segundo semestre o Brasil sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).
A aprovação da categoria de países "parceiros" será o tema central da cúpula deste ano. Atualmente, o Brics tem apenas membros plenos, mas é comum que organizações multilaterais adotem diferentes categorias, como é o caso do Mercosul.
Segundo o Itamaraty, cerca de 30 países estão na fila para se tornarem "parceiros", incluindo Cuba, Venezuela, Nicarágua, Argélia, Nigéria e Turquia. De início, o grupo definirá os critérios para admissão de parceiros, para depois selecionar os países que atendam a esses requisitos.