Correção: Divaldo Lara é filiado ao PRD, e não ao PL como publicado entre 20h38min de terça-feira (13) e 16h48min de quarta (14). O texto abaixo está corrigido.
Joias, dólares e euros estão entre os itens que foram apreendidos pela Polícia Federal na operação que mirou o prefeito de Bagé, Divaldo Lara (PRD), nesta terça-feira (13). O chefe do Executivo municipal é investigado por suspeita de esquema de rachadinha e caixa 2. Foram cumpridos 34 mandados em Bagé, Porto Alegre e Florianópolis (SC).
Em Bagé, os policiais apreenderam US$ 1.454 (cerca de R$ 7.924 na cotação do dia), e mil euros ( R$ 6 mil na moeda brasileira). Cães de raça, equipamentos de musculação e placas de energia solar também foram recolhidos. Durante a ação, um homem foi preso em flagrante por apropriação de diversos computadores que pertencem à prefeitura.
A Polícia Federal também realizou a apreensão administrativa de uma espingarda calibre 12, uma pistola 9mm e munições.
Já na Capital, um carro e uma motocicleta avaliados em mais de R$ 100 mil foram apreendidos. Além disso, R$ 5 mil em espécie foram encontrados.
Batizada de Coactum III, a operação também apura indícios de organização criminosa, peculato e lavagem de capitais. Outros possíveis crimes contra a administração pública são investigados.
Além de Divaldo, são alvos da ação a mulher dele, Priscila Lara, e os vereadores Rodrigo Halfen Ferraz e Michelon Garcia Apoitia, ambos do PL. Ferraz é o atual presidente da Câmara de Vereadores de Bagé.
Conforme a PF, "desde 2017, servidores públicos comissionados de Bagé são obrigados a pagar parte de seus salários para a organização criminosa". Os valores seriam revertidos para campanhas eleitorais, sem a devida declaração na Justiça Eleitoral. A polícia suspeita de que Divaldo seja o líder da organização criminosa.
Contrapontos
O que diz a defesa de Divaldo Lara, em nota assinada pelos advogados Cristiano Gessinger Paul e José Henrique Salim Schmidt:
"Não existem fatos novos que justifiquem o mandado de busca e apreensão cumprido hoje, ao contrário, trata-se de exaurimento da mesma investigação. O prolongamento indefinido da investigação é ilegal, desproporcional e sua abusividade será demonstrada em juízo."
A reportagem tenta contato com a defesa dos demais envolvidos.