O ato em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, neste domingo (21), reúne apoiadores e políticos aliados na praia de Copacabana. A manifestação tenta repetir o protesto convocado pelo próprio Bolsonaro na Avenida Paulista, em fevereiro.
A manifestação deste domingo foi aberta pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto. Ele disse que é no Rio onde o partido é mais forte e anunciou os principais nomes da sigla no Estado. O senador Romário (PL-RJ) foi vaiado.
— Quero cumprimentar todos meus parceiros aqui porque o PL mais forte do Brasil é aqui do Rio de Janeiro — disse.
— Temos Bolsonaro, que vota no Rio de Janeiro, Michelle Bolsonaro, Cláudio Castro, Flávio Bolsonaro, Carlos Portinho, Romário, grande jogador — disse Valdemar, para então ouvir vaias do público.
O pastor evangélico Silas Malafaia, um dos organizadores do ato pró-Jair Bolsonaro, afirmou que seu foco é o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Meu negócio não é STF, meu negócio é Alexandre de Moraes — disse ao Estadão.
— Vamos mostrar através de fatos o que está acontecendo nesse País — completou.
O pastor deu a declaração ao chegar ao hotel que fica próximo ao local da manifestação e onde Bolsonaro passou a noite.
Malafaia não esconde que o movimento deste domingo pretende capitalizar a discussão criada por Musk, que acusa Moraes de promover censura nas redes sociais. Em 2022, o bilionário comprou o Twitter (agora X) por US$ 44 bilhões. De lá para cá, a plataforma não só mudou de nome, como também alterou os seus termos de uso, dificultando o trabalho da Justiça brasileira.
Para Musk e aliados de Bolsonaro, as decisões de Moraes no âmbito do inquérito das milícias digitais têm atropelando os princípios do devido processo legal, restringindo a liberdade de expressão por meio da remoção de perfis em redes sociais. Para especialista ouvido pelo Estadão, o ministro do Supremo atravessou o limite em nome da democracia e por achar que redes são risco.
Segundo os organizadores, está prevista a presença de 60 parlamentares e pelo menos três governadores, incluindo o chefe do Executivo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).