A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do 8 de Janeiro ouvirá, nesta terça-feira (8), o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) e ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, Anderson Torres. A reunião terá início às 9h.
O depoimento de Torres foi objeto de 17 requerimentos. Entre os autores, estão a própria relatora da CPI, Eliziane Gama (PSD-MA), e os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Eduardo Girão (Novo-CE), Rogério Carvalho (PT-SE), Fabiano Contarato (PT-ES), Marcos do Val (Podemos-ES) e Izalci Lucas (PSDB-DF).
Na ocasião dos ataques às sedes dos três poderes, o depoente era secretário de Segurança Pública do DF e estava em viagem aos Estados Unidos, de férias.
Com base no plano de trabalho, Eliziane classifica como importante a colaboração de Torres, que ficou preso por quatro meses e está em uso de tornozeleira eletrônica, como testemunha para esclarecer fatos relacionados ao 8 de Janeiro.
Além de detalhes sobre o período que esteve à frente da Secretaria de Segurança Pública no início de janeiro, a relatora considera importante colher detalhes sobre as operações de segurança na véspera do segundo turno das eleições presidenciais, além dos ataques à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, no dia 12 de dezembro e a tentativa de explosão de uma bomba em um caminhão-tanque nas imediações do aeroporto da capital federal.
"Nesse sentido, e dentro de uma fase inicial de oitivas de testemunhas, pleiteia-se a inquirição do Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, como testemunha, sob compromisso, dos atos ocorridos no Brasil durante o dia 30 de outubro de 2022, e dos atos ocorridos em Brasília durante os dias 12 e 24 de dezembro de 2022 e durante o dia 8 de janeiro de 2023. Pensa-se que o senhor Anderson, por óbvio, trará informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos na presente Comissão”, justifica a senadora no requerimento.
A comissão também aprovou a quebra de sigilo telefônico de Torres. Entre outros dados, os parlamentares requerem informações sobre uma minuta golpista encontrada pela PF na casa do ex-ministro de Bolsonaro após operação de busca e apreensão.
Torres teve prisão decretada em 14 de janeiro em razão de indícios de omissão nos ataques do dia 8 de janeiro, em Brasília. Ele permaneceu preso por quatro meses e sua soltura foi autorizada no dia 11 de maio pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou medidas cautelares, entre as quais uso da tornozeleira eletrônica.