A nova ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quinta-feira (5) que o governo não irá descuidar dos gastos públicos. Durante a cerimônia de transmissão de cargo, realizada no Palácio do Planalto, a senadora do MDB afirmou que o perfil da equipe econômica será "austero, mas conciliador".
— Fiquei surpresa porque fui parar justamente na pauta com a qual que eu tenho alguma divergência, sendo que eu tenho total sinergia na pauta social e de costumes — discursou.
— O cobertor é curto, não temos margem para desperdícios e erros. Caberá ao Orçamento enquadrar as propostas dentro das possibilidades orçamentárias. Teremos quatro anos para implementar as políticas que o Brasil precisa em educação, saúde, meio ambiente, segurança e moradia. Não vamos descuidar do gasto público, seremos austeros, mas conciliadores — destacou a ministra.
Tebet ressaltou também que o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), responsável por parcerias e concessões ao setor privado por parte do governo, será elaborado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, mas que ela estará no conselho "ajudando e colaborando".
Costa, que esteve na solenidade, também citou o trabalho em conjunto no PPI. Na fase de montagem do ministério do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, ele e Tebet disputaram para suas pastas o programa, que acabou ficando com a Casa Civil.
A ministra afirmou ainda que recebeu de Lula a determinação de trabalhar muito e de pensar o planejamento do país em médio e longo prazo. Segundo ela, o governo de Jair Bolsonaro foi marcado pelo negacionismo, pelo discurso de ódio e pelos ataques à democracia.
Tebet reforçou que a posse de Lula marcou o reencontro do Brasil com a história, e que o presidente não descansará enquanto os brasileiros não estiverem devidamente alimentados.
— O último domingo foi, sem dúvida, um dos dias mais importantes da nossa história. Um dia tomado por um misto de profunda alegria e alívio reconfortante, depois de quatro anos de negacionismo à vida, ataques à Constituição, discursos de ódio, mentiras deslavadas, divisão entre os brasileiros — disse a ministra.
Por fim, a senadora comentou o seu papel durante a campanha presidencial, destacando também a importância de sua participação ainda como candidata.
— Quis Deus e o destino que eu participasse deste momento histórico. Como candidata à Presidência da República por uma frente democrática de partidos, eu ali ganhei a consciência da importância do papel que necessitava desempenhar: era preciso reposicionar o centro democrático no Brasil — completou.