Com a proximidade da Copa do Mundo no Catar, que se inicia em 10 dias, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou que vai torcer pela seleção brasileira e utilizar camisa verde e amarelo. A fala ocorreu ao final de evento com deputados e senadores aliados, nesta quinta-feira (10), no Centro Cultural do Banco do Brasil, espaço destinado aos trabalhos da transição de governo.
Lula também afirmou que sua camisa terá o número 13 estampado nas costas.
— O verde amarelo não é de candidato, não é de partido. São as cores de 214 milhões de habitantes desse país. Portanto, vocês vão me ver com a camisa verde e amarela. A ressalva é que terá o número 13 — disse o presidente eleito, em alusão às cores amplamente utilizadas pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A manifestação ocorre um dia depois de Lula ter afirmado, em coletiva no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que os manifestantes bolsonaristas que bloquearam estradas em todo o Brasil não têm razão para tal, e ressaltado a lisura do processo eleitoral.
Expectativa pela PEC
Após encontro com parlamentares aliados no CCBB, o presidente eleito disse que existe a possibilidade de conclusão, ainda nesta quinta-feira, da proposta de emenda à Constituição (PEC) emergencial para garantir a continuidade do pagamento do Auxílio Brasil no patamar de R$ 600 e a reposição do salário mínimo.
— Talvez saia hoje, esperem, esperem — disse rapidamente aos jornalistas que o aguardavam na saída do auditório do CCBB.
O texto, no entanto, ainda está em discussão no que diz respeito a quais programas vai abarcar e qual será o impacto financeiro. A medida deverá furar o teto de gastos e prever gastos adicionais de R$ 170 bilhões ao Orçamento de 2023, caso abranja a maioria das promessas de campanha.
De acordo com um senador petista, também há, nos bastidores, uma disputa pelo início da tramitação, se na Câmara dos Deputados ou no Senado. O mais provável é que o texto seja protocolado no Senado e apensado à PEC que já esteja tramitando, o que tornaria o processo mais rápido.
Na área da Saúde, a expectativa é pela inclusão da recomposição orçamentária do programa Farmácia Popular, que teve corte de 59% no Orçamento para 2023 encaminhado ao Congresso. O ex-ministro da Saúde durante o primeiro governo Dilma Rousseff, Alexandre Padilha (PT-SP), ressaltou, nesta manhã, que o programa é fundamental e deverá estar no texto. O deputado federal está no grupo temático da Saúde da equipe de transição, que está sob coordenação do senador Humberto Costa (PT-PE), que fez parte da CPI da Covid.
A primeira reunião do grupo ocorreu na tarde desta quinta, com objetivo de iniciar o diagnóstico da área e solicitar informações relativas ao Ministério da Saúde sob o governo Bolsonaro.
— Nosso objetivo é detalhar a situação do pós-covid, como os municípios estão lidando com o problema da fila de espera por atendimentos especializados. Além disso, temas como desabastecimento de medicamentos também são uma preocupação muito grande. Temos relatos de pessoas que não estão conseguindo retirar medicamentos para tratamento HIV/Aids — ressaltou Padilha.