Correção: a foto que ilustrava este texto entre as 20h08min do dia 26 de junho e as 08h39min de 27 de junho de 2022 mostrava o pastor Gilmar Santos, e não o pastor Arilton Moura. A imagem já foi substituída.
A investigação da Polícia Federal (PF) sobre o suposto gabinete paralelo de pastores lobistas no Ministério da Educação (MEC) mostrou que o advogado Luciano Musse, ex-gerente de projetos na Secretaria Executiva da pasta, e o pastor Arilton Moura se hospedaram pelo menos dez vezes no hotel Grand Bittar, em Brasília, em datas coincidentes.
O advogado foi supostamente infiltrado pelos pastores no MEC e passou quase um ano no cargo. O hotel era usado para supostas negociações de verbas federais com prefeitos, como revelou a Folha de São Paulo.
A análise nos arquivos do hotel mostrou um total de 63 hospedagens no nome de Moura e 29 no nome de Musse desde 2020. Os investigadores também encontraram um check-in do pastor Gilmar Santos.
Os registros começam em agosto de 2020, cerca de um mês após o ex-ministro Milton Ribeiro assumir o MEC, e terminam em março deste ano, quando o Estadão revelou a existência do gabinete paralelo de pastores que passou a controlar a agenda e as verbas do Ministério da Educação. Prefeitos relataram cobrança de propinas em dinheiro e até em ouro em troca da liberação de recursos.
O ex-ministro e os pastores foram presos preventivamente na última quarta-feira (22), na Operação Acesso Pago, mas acabaram soltos no dia seguinte por um habeas corpus do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1). O advogado havia recebido ordem de prisão domiciliar. Eles são investigados por suspeita de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.