O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com uma representação contra o presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama Michelle Bolsonaro por propaganda eleitoral antecipada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a legenda, eles teriam usado o pronunciamento de Dia das Mães, veiculado em rede nacional de TV, com viés eleitoral.
Michelle participou de um pronunciamento ao lado da ministra Cristiane Britto, da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, nesse domingo (8), para divulgar ações do governo voltadas às mulheres. Elas ficaram cerca de quatro minutos no ar.
O PT acusa Bolsonaro de usar a máquina pública para posicionar a imagem de Michelle e conquistar eleitores. Os advogados que assinam a representação defendem que o pronunciamento não se tratou de uma propaganda institucional, em razão da suposta existência de um "desvirtuamento da comunicação de atos do governo federal para o campo político-eleitoral".
Também destacaram que, nos anos anteriores da gestão, não houve transmissão de mensagem no Dia das Mães ou a presença de Michelle em pronunciamentos oficiais sem a presença do presidente.
Como o Estadão mostrou, tampouco em governos anteriores houve aparições das primeiras-damas em pronunciamentos na data, seja de Marisa Letícia (então mulher de Lula) ou de Marcela Temer (mulher do ex-presidente Michel Temer-MDB). No governo Dilma Rousseff (PT), o pronunciamento foi pelo pela então presidente, em 2012.
A participação de Michelle também se tornou objeto de uma representação na Procuradoria-Geral Eleitoral por improbidade administrativa e propaganda eleitoral protocolada pelo deputado federal Rui Falcão (PT). O parlamentar também acusou a primeira-dama de usar o momento para promover a imagem do marido eleitoralmente.