O governador de São Paulo, João Doria, disse a aliados e auxiliares na manhã desta quinta-feira (31) que desistiu de concorrer à Presidência da República pelo PSDB e que não irá mais deixar o cargo. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o tucano cancelou agendas externas e manteve evento com prefeitos no Palácio dos Bandeirantes, às 16h, quando deve fazer o anúncio oficial.
Ainda conforme a publicação, citando aliados do político como fonte, Doria deve anunciar também a saída do PSDB e que não tentará a reeleição ao governo do Estado.
Na noite passada, em um jantar com amigos, empresários, aliados e secretários, Doria já havia sinalizado que poderia abrir mão da disputa. A fala conciliadora surpreendeu os aliados do governador, no momento em que Eduardo Leite, que renunciou ao governo do Rio Grande do Sul, sinaliza que vai lutar para ser o candidato do PSDB, apesar de ter perdido as prévias do ano passado.
— Não faço imposição do meu nome, pelo contrário. Não parto do pressuposto que tem ser eu (o candidato). É preciso ter grandeza e espírito elevado — afirmou o governador paulista.
No jantar, como de praxe, Doria fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, exaltou seus "legados" no cargo — sendo o principal deles a vacina contra a covid-19 —, lembrou dos tempos em que trabalhou como office boy e reafirmou posição contra a reeleição.
Em uma mudança de narrativa em relação às eleições anteriores que disputou, Doria reduziu a carga de antipetismo e mirou em Bolsonaro.
— A nossa bandeira não pode ser usurpada, como se fosse uma seita — afirmou.