A notícia de que João Doria deve anunciar que desistiu de ser candidato à Presidência da República incendiou o PSDB na manhã desta quinta-feira (31). A aliados, Doria teria informado que permanecerá no governo de São Paulo até o fim do mandato, contrariando a disposição inicial de renunciar ao cargo para poder ser candidato em outubro.
Como se sabe, Doria venceu as prévias do PSDB em novembro passado e, portanto, estaria naturalmente colocado como pré-candidato do partido à Presidência.
Contudo, uma ala do PSDB passou a defender o nome de Eduardo Leite, governador do RS, para a disputa, em detrimento de Doria. A partir desse movimento, o gaúcho decidiu renunciar ao cargo na última segunda (28) à espera da consolidação da estratégia.
A coluna conversou com aliados de Leite nesta manhã para saber como o grupo reagiu à notícia da desistência (a ser confirmada) de Doria. E ouviu deles que há ainda um "receio" e uma "desconfiança" sobre qual a real intenção do paulista com o gesto e sobre se, de fato, a desistência irá se confirmar.
Na GloboNews, a jornalista Julia Duailibi contou que, nos bastidores, há até apostas sobre se Doria permanecerá ou não no PSDB.
"Pé atrás" e "receoso" foram algumas das palavras utilizadas por aliados de Leite na manhã desta quinta-feira. O próprio Eduardo Leite estaria acompanhando os movimentos com atenção, mas com desconfiança sobre o gesto. Doria avisou aliados, mas não comunicou o PSDB oficialmente sobre quais serão seus próximos passos.
Reservadamente, um líder próximo a Leite acrescentou à coluna que a desconfiança sobre o gesto de Doria permanecerá até o último dia: "Mais do que hoje. Até o dia 2", brincou, em alusão ao prazo de 2 de abril (sábado) quando, aí sim, se encerra a possibilidade de renúncia e filiação para quem deseja concorrer em outubro, conforme a Justiça Eleitoral.