O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta quinta-feira (24) que o Brasil não concorda com a atitude da Rússia de invadir a Ucrânia. Segundo ele, o país "não está neutro" em relação ao assunto.
— O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia. Então, o Brasil não concorda com uma invasão do território ucraniano. Isso é uma realidade — afirmou.
Mourão também disse que o presidente russo, Vladimir Putin, não respeita a postura de países do Ocidente de tentar a paz e o diálogo para evitar conflitos.
— A gente tem que olhar sempre a história, né? A história ora se repete como farsa, ora como tragédia. Nesse caso ela está se repetindo como tragédia. (...) O mundo ocidental está igual ficou em 1938 com o Hitler, na base do apaziguamento, e o Putin não respeita o apaziguamento — disse o vice-presidente.
A fala de Mourão ocorreu antes de qualquer comentário do presidente Jair Bolsonaro sobre o conflito no Leste Europeu. Em cerimônia de inauguração de obras em São José do Rio Preto (SP), o presidente não incluiu o assunto em seu discurso. Mais tarde, em seu perfil no Twitter, Bolsonaro postou uma nota do Itamaraty, que havia sido divulgada no final da manhã, com orientações do governo federal para os brasileiros que estão na Ucrânia.
Itamaraty e embaixada se manifestam
O Itamaraty, que representa as relações exteriores brasileiras, também se posicionou sobre o conflito na Europa. Em nota, afirmou que o governo "acompanha com grave preocupação" a situação e "apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática".
Mais cedo, a Embaixada do Brasil em Kiev recomendou que os brasileiros que moram na Ucrânia saiam do país tão logo possível, caso tenham condições de se deslocar por meios próprios e em segurança para outros países.
A orientação foi dada em um comunicado enviado em grupo de troca de mensagens onde a embaixada mantém contato com os brasileiros que moram na Ucrânia e também postado nas redes sociais.
Ainda de acordo com Embaixada brasileira em Kiev, quem não puder deixar a Ucrânia de modo seguro, a orientação é procurar um lugar seguro, longe de bases militares, instalações responsáveis pelo fornecimento de energia e internet e áreas responsáveis pela produção de energia elétrica.
Para quem mora em Kiev, capital da Ucrânia, a recomendação é seguir as instruções das autoridades ucranianas. Já brasileiros que moram em áreas mais próximas à Rússia, à leste da Ucrânia, a orientação é que saiam da região e se desloquem para a capital do país.