Depois de dois deputados estaduais receberem ameaças, o comando da Assembleia Legislativa gaúcha decidiu buscar, nesta terça-feira (22), apoio direto do vice-governador e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, sobre a investigação dos casos. Entre esta segunda (20) e terça (21), a deputada Juliana Brizola (PDT) e o deputado Jeferson Fernandes (PT) registraram boletins de ocorrência relatando ameaças recebidas por e-mail.
Na abertura da sessão de votação desta terça, o presidente da Assembleia, Valdeci Oliveira, avaliou as ameaças como "muito graves" e disse que pedirá urgência na investigação do caso.
— Desde ontem (segunda), esta Presidência recebeu duas situações extremamente graves: ameaça à Juliana Brizola e ameaça ao deputado Jeferson Fernandes através de e-mail. Isso é extremamente grave. Antes de vir para a presidência, liguei para o vice-governador (e secretário da Segurança Pública), que, assim que terminar uma reunião, me retornará. Quero pedir urgência à Polícia Civil e à Secretaria da Segurança Pública — disse Oliveira.
A Assembleia Legislativa também colocou as equipes da Polícia Legislativa à disposição dos dois parlamentares que receberam as ameaças. O Legislativo tem 36 policiais legislativos em seus quadros.
— Se precisarem de algum tipo de apoio, inclusive da segurança da Casa, esse também é um direito. Cada um aqui pode divergir e não concordar. Mas não vamos aceitar qualquer tipo de ameaça. Não vamos aceitar que esses criminosos venham tentar diminuir o espaço parlamentar — acrescentou o presidente da Assembleia.
Nos dois casos, os e-mails destinaram ameaças aos filhos dos deputados. "Lembre disso quando for votar. Afinal, sei onde mora e onde sua filha estuda", diz um trecho da mensagem encaminhada a Fernandes.
As tentativas de intimidação encaminhadas por e-mail para os deputados fazem referência à votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que regulamenta a polícia penal no Rio Grande do Sul.
Por meio da assessoria de imprensa, Ranolfo informou ter determinado à chefe de Polícia, delegada Nadine Anflor, que seja dada prioridade na apuração do caso:
— Como todo e qualquer crime, ameaças ao cidadão são sempre investigadas pelas forças de segurança do Estado para a devida responsabilização, mas merecem ainda mais atenção quando voltadas contra parlamentares. Esse tipo de ação criminosa atenta também contra a democracia, na medida em busca constranger o exercício de representantes legitimamente eleitos pelo voto popular.