Em evento nos Emirados Árabes, em Dubai, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (15) que "os ataques que o Brasil sofre em relação à Amazônia não são justos". Bolsonaro convidou investidores árabes a conhecerem a floresta, afirmando que "por ser uma floresta úmida, não pega fogo". Entretanto, o País chegou a registrar neste ano a maior quantidade de focos de queimadas na região em 14 anos.
— Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem e um passeio pela Amazônia é algo fantástico, até para que os senhores vejam que a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo. Que os senhores vejam realmente o que ela tem. Com toda certeza, uma viagem inesquecível — disse Bolsonaro durante a abertura do evento "Invest in Brasil Forum", em Dubai.
O presidente disse que os países árabes "são um dos parceiros preferidos" pelo Brasil, e disse estar de "portas abertas" para negócio em diferentes áreas, em especial na agricultura.
— Além de turismo, conhecer aquilo que seria um paraíso aqui na Terra. A Amazônia é um patrimônio, a Amazônia é brasileira. E vocês lá comprovarão isso e trarão realmente uma imagem que condiz com a realidade. Os ataques que o Brasil sofre quando se fala em Amazônia não são justos. Lá, mais de 90% daquela área está preservada, está exatamente igual quando foi descoberto no ano de 1500. A Amazônia é fantástica — disse.
Dados reunidos por órgãos e divulgados pelo G1 desmentem a fala de Bolsonaro. Em agosto deste ano, o número de focos de queimadas na Floresta Amazônica superou a média histórica para o período: em junho, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou o maior número de focos para o mês em 14 anos.
O instituto também mostrou que entre agosto de 2019 e setembro de 2020 mostrou que mais de um terço dos quase 150 mil focos de queimadas ocorridos na Amazônia no período aconteceram em terras públicas.
No último sábado, no primeiro dia de sua viagem ao Oriente Médio, Bolsonaro reclamou que o Brasil teria sido atacado na COP26. O presidente preferiu não comparecer ao evento, já que sua gestão vem sendo criticada pela comunidade internacional.