Após ter sido rejeitada a proposta de emenda à Constituição (PEC) que alteraria a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que "não pensa em vitória ou derrota". O texto, considerado por críticos como uma revanche contra a Operação Lava-Jato, era uma das prioridades da agenda de Lira e do grupo político dele.
A rejeição do projeto, por 297 votos favoráveis — dos 308 necessários para aprovação de uma PEC —, foi vista nos bastidores como uma derrota para o presidente da Casa.
— Temos que obedecer o resultado. Não penso em vitória nem derrota. Acho que todo poder merece ter o seu código de ética, merece ter imparcialidade nos julgamentos, todos os excessos têm de ser diminuídos. Temos um texto principal, temos possibilidades regimentais, e vamos analisar o que mudou em três votações para fazer uma análise política. Jogo só termina quando acaba — afirmou o parlamentar em entrevista coletiva na saída do plenário da Câmara, na noite de quarta-feira (20).
Sem ter o apoio necessário, a votação da PEC chegou a ser adiada por três vezes e o parecer do relator, Paulo Magalhães (PSD-BA), teve nove versões. Apesar de o texto não ter passado na votação, promotores e procuradores contrários à mudança temem manobras da Câmara para tentar virar o jogo.