O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (21), em discurso na abertura da 76ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que apresentava no evento um "novo Brasil", com "credibilidade recuperada" diante do cenário mundial.
Sobre a pandemia da covid-19, Bolsonaro disse lamentar por todas as mortes e que sempre defendeu combater "o vírus e o desemprego de forma simultânea". Afirmou ainda que as medidas de isolamento, segundo ele impostas por governadores e prefeitos, deixaram "um legado de inflação no mundo todo".
O presidente também defendeu o tratamento precoce contra o coronavírus, cuja ineficácia já foi cientificamente comprovada:
— Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos — discursou.
O presidente abordou ainda o tema da vacinação contra a covid:
— Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil serão atendidos (...) Contudo, nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada à vacina.
Por tradição, o presidente brasileiro é o primeiro entre todos os chefes de Estado e de governo a discursar no plenário. O evento deste ano, devido à pandemia, está sendo realizado em formato híbrido, com declarações presenciais e por vídeo.
Veja outros pontos do discurso
À beira do socialismo
"O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos o governo, em janeiro de 2019. Estamos há dois anos e oito meses sem qualquer caso concreto de corrupção. O Brasil tem um presidente que acredita em Deus, respeita a Constituição e seus militares, valoriza a família e deve lealdade a seu povo. Isso é muito, é uma sólida base, se levarmos em conta que estávamos à beira do socialismo."
Sustentabilidade
"Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa. Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países."
"Somente no bioma amazônico, 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade do planeta. Lembro que a região amazônica equivale à área de toda a Europa Ocidental."
Terrorismo
"O futuro do Afeganistão também nos causa profunda apreensão. Concederemos visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos. Nesses 20 anos dos atentados contra os Estados Unidos da América, em 11 de setembro de 2001, reitero nosso repúdio ao terrorismo em todas suas formas."
Conselho da ONU
"Em 2022, voltaremos a ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos 181 países, em um universo de 190, que confiaram no Brasil. Reflexo de uma política externa séria e responsável promovida pelo nosso Ministério de Relações Exteriores. Apoiamos uma reforma do Conselho de Segurança ONU, onde buscamos um assento permanente."