O empresário Luciano Hang confirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, nesta quarta-feira (29), que sua mãe, Regina Hang, usou remédios do "kit covid", como hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, quando detectou a covid-19 em dezembro do ano passado. Ele disse que sua mãe tinha diversas comorbidades, como problemas cardíacos e diabetes, e teve assistência médica. Regina Hang deu entrada em um hospital no dia 1º de janeiro, em São Paulo. Ela morreu em 3 de fevereiro.
Médicos que denunciam irregularidades na operadora de saúde Prevent Senior afirmam que a declaração de óbito de Regina Hang "foi fraudada". Segundo os ex-funcionários da rede, o documento que atesta a morte "omitiu o real motivo do falecimento", que seria por covid-19. A empresa nega irregularidades.
O Estadão teve acesso à certidão de óbito de Regina. No documento, a causa morte é descrita como "disfunção de múltiplos órgãos, choque distributivo refratário, insuficiência renal crônica agudizada, pneumonia bacteriana, síndrome metabólica, acidente vascular isquêmico prévio". Não há menção à covid.
Em vídeo publicado no Instagram, em 5 de fevereiro, Luciano Hang relatou que a mãe estava assintomática e com "quase 95% do pulmão tomado" quando foi levada ao hospital.
— Eu me questiono: será que se eu tivesse feito o tratamento preventivo, eu não teria salvado a minha mãe? — afirmou no vídeo. As imagens foram veiculadas durante o depoimento do empresário.
Durante a sessão, Hang tentou desvincular "tratamento precoce" e "tratamento preventivo" para justificar o vídeo e os remédios do 'kit covid' que sua mãe tomou. Segundo ele, "preventivo não é precoce". Hang disse que "preventivo é antes de ter o vírus". O tratamento precoce, segundo ele, ocorre depois que a covid é descoberta.