Em mais um distanciamento em relação à base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou o bloqueio de estradas por caminhoneiros de "irregular, inconstitucional e criminosa" e prometeu usar força policial em caso de atos desse tipo no Estado.
— Se acontecer, é questão de minutos, primeiro no diálogo, depois, na força — disse o tucano durante entrevista coletiva em Sumaré.
De acordo com o governador, as orientações dadas na quarta-feira (8) ao secretário de Segurança Pública do Estado e ao comando da Polícia Militar são para que não se deixe acontecer nenhuma paralisação nas estradas do Estado.
Com relação a estradas federais, o governador afirmou que essas são de responsabilidade do Poder Executivo. Doria então minimizou o apelo de Bolsonaro para que manifestantes interrompessem os atos.
— De nada adianta gravar um áudio pedindo para caminhoneiros não fazerem greves ou interrupções de estradas e as estradas continuarem interrompidas— disse. — Que posição é essa que tem o presidente?
Doria também parabenizou o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, pela decisão de tirar a sigla de uma posição de "independência e neutralidade" e adotar a de oposição ao governo.
— Colocaram o PSDB, o meu partido, como partido de oposição ao governo fascista e negacionista de Jair Bolsonaro, posição que eu aplaudi e cumprimento — ressaltou.
O governador aproveitou o gancho para voltar a criticar o presidente pelas suas declarações em 7 de setembro. O tucano afirmou que agora adotará uma posição favorável ao impeachment do chefe do Executivo.
— Depois daquilo que assisti, ouvi e acompanhei no 7 de setembro no Rio de Janeiro e em São Paulo, basta — disse. — Depois dos arroubos autoritários, da tentativa de emparedar a Suprema Corte, intimidar os seus membros e violentar a Constituição brasileira, minha posição como governador eleito em São Paulo, com mais de 11 milhões e meio de votos, é a favor do impeachment.
Vacinas
Com relação às vacinas bloqueadas pelo Ministério da Saúde, o governador afirmou que espera que, "no mais tardar", os imunizantes sejam liberados na próxima segunda-feira (13). Segundo Doria, a documentação complementar necessária para liberação do imunizante já foi solicitada ao laboratório chinês Sinovac, e tão logo esses dados cheguem, serão encaminhados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).