Manifestantes reuniram-se no Parque Moinhos de Vento, o Parcão, na Capital, na tarde deste domingo (1º), para um ato em defesa do voto impresso, que durou pouco mais de duas horas, se encerrando por volta de 17h30. Na última quinta-feira (29), em uma live, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alegou não ter provas sobre fraudes nas urnas eletrônicas, mas reforçou teorias já desmentidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Uma parte da Avenida Goethe foi bloqueada para o trânsito, entre as ruas Mostardeiro e 24 de Outubro. Policiais militares fizeram a segurança da mobilização - segundo a Brigada Militar, um princípio de confronto ocorreu logo no início do ato, na Rua Dona Laura, mas a situação logo foi controlada. Houve bastante lentidão no trânsito da região.
Com bandeiras verde-amarelas e empunhando cartazes com os dizeres “voto impresso auditável”, os manifestantes diziam estarem “preparados para guerra” e que não aceitam "a falcatrua e o retrocesso”.
O grupo pede a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. De autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a PEC é uma das principais bandeiras políticas de Bolsonaro, que já afirmou que "ou fazemos eleições limpas ou não temos eleições". A proposta está em discussão na Câmara dos Deputados.
Segundo Paula Cassol Lima, porta-voz do movimento Livre Iniciativa RS, a intenção da mobilização é defender “eleições transparentes” em um momento em que “se vê uma mudança no Congresso, quando grupos que sempre foram a favor do voto impresso estão contrários”.
— Queremos que o ato administrativo tenha transparência, o que é um requisito legal. Precisamos de algo material, que comprove o nosso voto, diferente de hoje que temos de confiar na palavra de um técnico. É uma questão que independe de direita ou esquerda, não é uma pauta bolsonarista — afirma.
Em meio ao ato, um suposto áudio de Jair Bolsonaro foi transmitido por meio de um carro de som. O presidente criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e mencionou as outras manifestações pelo país. Atos semelhantes aconteceram em outras capitais brasileiras, bem como em cidades grandes e médias de vários Estados. No Rio Grande do Sul, houve manifestação também em Caxias do Sul. O próprio Jair Bolsonaro, na quinta-feira (29), convocou seus apoiadores a participarem do movimento.
A professora aposentada Norma Dulor, 76 anos, foi à manifestação no Parcão com o marido, os filhos, noras e netos. Com roupa e acessórios verde-amarelos, ela afirmou que decidiu protestar “em busca de um país livre e democrático, onde os impostos vão para saúde e educação e não são desviados a outros países”. O voto impresso também foi um dos motivos que levou a família à mobilização.
— Somos completamente favoráveis. Em qualquer lugar que vou peço um recibo, por que com o voto seria diferente? É uma questão democrática. E as pessoas precisam entender que o voto não sai com o eleitor, ele fica lá, é seguro — disse.