O deputado Luis Miranda (DEM-DF) acaba de protocolar um pedido de prisão por coação contra o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e o assessor da Casa Civil Elcio Franco à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.
No documento, Miranda alega ter sido vítima de ameaças pelos dois em entrevista coletiva realizada na noite de quarta-feira (23). Onyx afirmou que o presidente Jair Bolsonaro determinou uma investigação da Polícia Federal sobre o parlamentar e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Fernandes Miranda. O motivo são as denúncias sobre um esquema de corrupção na compra de vacina contra covid-19.
— Contaram com o apoio de todo 0 aparato estatal da Presidência da República, a saber, convocaram a imprensa para uma coletiva (....) para prejudicar a mim e meu irmão — diz o documento endereçado ao presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), por Miranda.
— Ele vai se entender com Deus e com a gente também — disse o ministro em pronunciamento no Palácio do Planalto.
A CPI decidiu convocar Onyx e acusa o chefe da pasta de coação e obstrução da investigação após denúncias feitas por Miranda. O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), citou a possibilidade de pedir a prisão do ministro.
Aliado do governo, o deputado Luis Miranda afirmou ter levado a Jair Bolsonaro, em 20 de março, denúncia sobre suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. O governo nega irregularidades na negociação.
— Nenhuma Comissão Parlamentar de Inquérito, em nenhum Parlamento, pode ficar exposta a coação à testemunha. É obstrução ao nosso dever de investigar — disse Renan Calheiros antes do início da sessão da CPI, nesta quinta-feira (24), classificando a atuação de Onyx como "abominável". — Nós vamos convocá-lo imediatamente e, se ele reincidir, nós vamos requisitar a prisão dele — disse Renan.