Para o apresentador e empresário Luciano Huck, o Brasil tem todas as condições de liderar uma agenda global tecnológica para integrar produção agrícola e sustentabilidade ambiental.
— O Brasil alimenta 1 bilhão de pessoas no mundo, e poderia alimentar três bilhões se o modelo de produção dos 25 maiores produtores fosse replicado. Somos um país rico por natureza e pobre por escolha — afirmou Huck durante o painel "Desafios do Brasil", do Brazil Conference at Harvard & MIT, evento organizado pela comunidade de estudantes brasileiros de Boston (EUA), em parceria com o Estadão.
Ele ressaltou a importância de educar a população sobre a floresta amazônica, inclusive para a economia.
— A Amazônia pode ser o Vale do Silício da tecnologia ambiental. Hoje há um potencial de investimentos de US$ 150 trilhões em energia renovável e limpa — destacou o apresentador.
Para Huck, a carta enviada ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre a política ambiental brasileira, é "uma peça de humor".
— O governo vai fazer uma mudança de 180 graus em sua política ambiental? Entre o discurso e a realidade, há uma distância enorme — indagou.
Sobre o governo, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse que é preciso haver mais tolerância com as divergências para fortalecer a democracia.
— O governo Bolsonaro é tudo ou nada, em todos os assuntos. Quem tem que arbitrar a política é o povo, que erra e se corrige — destacou o ex-prefeito.
Haddad terminou se solidarizando com os dois governadores presentes ao painel, João Doria e Eduardo Leite, ambos do PSDB.
— Os ataques que os governadores têm sofrido do presidente Bolsonaro são intoleráveis — disse.