Os desafios econômicos e fiscais para o Rio Grande do Sul na saída da pandemia serão debatidos nesta segunda-feira (19) na Assembleia Legislativa. A partir de um estudo feito pelo economista Igor Morais, representantes do governo e da sociedade irão discutir alternativas para a retomada do crescimento econômico em um cenário de vacinação crescente.
O evento foi idealizado pelo presidente da Casa, Gabriel Souza, com o objetivo de formular propostas para a adoção de políticas públicas em áreas como saúde, educação, mercado de trabalho e economia, entre outros. Intitulada de RS Pós-pandemia: Reflexões e caminhos para o futuro do Estado, a série de encontros irá promover ao menos cinco conversas até novembro, quando um congresso irá compilar as principais ideias.
— A Assembleia é por essência uma casa de debates. Queremos aproveitar essa vocação para discutir o que está acontecendo no mundo para entender e nos preparamos para o que vem depois da pandemia — afirma Souza.
No primeiro seminário, transmitido a partir das 18h nos canais digitais do Legislativo (veja abaixo), Morais irá discorrer sobre o efeito de medidas econômicas e sanitárias adotadas em países desenvolvidos e emergentes. Vinculado ao movimento Transforma RS, o economista pretende mostrar como já está se criando um ambiente de retomada da economia mundial, sobretudo nos países com maiores índices de vacinação.
Segundo o economista, as novas ondas da pandemia são mais contagiosas, porém os ensinamentos colhidos desde o surgimento da covid-19 permitem uma maior flexibilização da atividade econômica.
— Claro que medidas mais severas afetam principalmente o setor de serviços, mas as famílias seguem consumindo e já há aumento da produção industrial. Dá para conviver com atividade econômica, vacinação e controle de contágio – afirma.
A partir de exemplos como o dos Estados Unidos, onde não falta vacina e o governo criou um pacote de estímulo fiscal de US$ 2 trilhões, Morais projeta um aumento do comércio global e uma valorização das commodities, com reflexos imediatos na balança comercial brasileira. Segundo o economista, os EUA devem crescer 6,4% este ano, o dobro da média dos últimos 10 anos. A China, 8%. Juntos, os dois países detêm metade do PIB mundial.
O palestrante estima que o avanço da vacinação no Brasil a partir do segundo semestre também deve estimular o mercado interno, gerando melhoras nos principais indicadores econômicos.
— Nosso principal problema é a questão fiscal. Nós gastamos de 10% a 12% do PIB no enfrentamento à pandemia, enquanto países emergentes gastaram de 4% a 6%. Precisamos entender as reformas que precisam ser feitas senão os dois próximos presidentes, independente de quem seja, já estarão numa camisa-de-força, sem poder fazer nada por causa do esgotamento fiscal – diagnostica.
Além de Morais e Souza, participam do debate o CEO da Randon e presidente do conselho do Transforma RS, Daniel Randon, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Edson Brum, o presidente do Banrisul, Cláudio Coutinho, e o vice-presidente do Cremers, Eduardo Trindade.
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