O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira (7), que sempre buscou a escolha de um sucessor na presidência da Câmara. Ele negou frustração com o resultado do julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que barrou a possibilidade de sua reeleição e do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
— O meu caso divergia do caso do presidente Davi (Alcolumbre). Na democracia, a alternância de poder é muito importante — disse em entrevista à GloboNews.
O deputado afirmou que, com a decisão da Corte, "acabaram as desculpas" do governo e cobrou o avanço da pauta econômica no Congresso:
— (Decisão do STF) não muda nada no nosso processo político interno, acho até que tem uma coisa positiva. Enfim, o governo vai poder voltar para a votação daquilo que é prioritário na Câmara e no Senado.
Para Maia, o governo "antecipou" a sucessão na Câmara e esqueceu da votação de matérias importantes, como a PEC Emergencial:
— Essa é uma PEC que pode mudar os parâmetros da economia brasileira. O que precisamos é voltar para o eixo daquilo que é fundamental, que são as matérias importantes para o Brasil.
Maia afirmou que sua intenção sempre foi de lançar um sucessor na Câmara que trabalhasse em prol de um "movimento livre e sem interferência de outros Poderes" na Câmara:
— Antes do julgamento, falei várias vezes que não era candidato, poucos acreditaram.
O deputado indicou que tem quatro ou cinco "ótimos" nomes que considera para a sua sucessão. Citou Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcos Pereira (Republicanos-SP), mas não descartou a inclusão do nome de um representante da esquerda em sua lista.
O presidente da Câmara negou ainda que atue contra o governo e o deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto para a presidência da Casa:
— Nossa candidatura não é contra ninguém, ela não é contra o governo, não é contra o Arthur Lira, nosso candidato é a favor da democracia e da Câmara dos Deputados. A candidatura do governo é contra o Rodrigo Maia, infelizmente apesar de tudo que aprovei e articulei para ser aprovado na Câmara dos Deputados. Mas, a nossa candidatura é a favor da Câmara livre e independente.
Segundo Maia, não haverá "revanchismo" após as eleições na Câmara em fevereiro de 2021. Ele mencionou ainda que nenhum dos seus candidatos pode pautar a possibilidade de votação pelo voto impresso:
— Não tenho dúvida que o dia seguinte da nossa vitória não será a derrota do governo, será a vitória da democracia.