O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, comentou em coletiva realizada na noite deste domingo (15) sobre o atraso na divulgação dos dados da apurações das eleições 2020. Segundo Barroso, o problema na totalização de votos ocorreu por "força de problemas técnicos".
— Um dos núcleos dos computadores que operam a apuração falhou. Precisou que ser reparado. Por isso o atraso — justificou. — Um problema técnico de hardware — acrescentou.
Barroso ressaltou que falha no processador do computador já está sendo feita, mas não terminou ainda. Até o momento, 50% dos votos foram totalizados. Sem dar prazos, o ministro disse que o resultado da apuração será atrasado em algumas horas.
De acordo com o presidente do TSE, o processo de soma dos votos já está estabilizado. Agora, o Tribunal tenta regularizar a divulgação eletrônica.
— Se não for possível, a gente vai divulgar verbalmente. Mas vou esperar o relatório da Tecnologia da Informação (T.I) para saber exatamente qual foi o problema — disse Barroso.
Conforme o presidente do TSE, a demora não traz interferência no resultado das eleições:
– A ideia de que a demora possa trazer algum tipo de influência no resultado não faz nenhum sentido. O problema técnico que ocorreu deu-se exclusivamente aqui no TSE.
Mais tarde, acrescentou:
— Não há nenhum risco do resultado não demonstrar o que foi votado.
Barroso também comentou sobre o ataque de hackers ao sistema do TSE:
— A tentativa de ataque de hoje (domingo) foi totalmente inócua. Não produziu nenhum resultado e foi repelido em tempo. Foi um acesso múltiplo de vários locais, como Brasil, EUA e Nova Zelândia.
Não há relação com ataque hacker, diz corte eleitoral
No começo da noite, o TSE divulgou uma nota justificando a demora inesperada relatada na apuração das eleições municipais. Segundo o Tribunal, o atraso se deve a uma totalização "mais lenta do que o previsto" em um banco de dados que pega as informações divulgadas pelos tribunais regionais eleitorais pelo país.
De acordo com o TSE, os dados estão sendo remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e recepcionados normalmente pelo banco de totalização, que está somando o conteúdo de forma mais lenta que o previsto.
O TSE ressaltou que o problema está sendo resolvido pelos técnicos, para "a retomada mais célere do processo de divulgação".
"Ressaltamos que não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã", garantiu o TSE na nota.
Na eleição deste ano, o TSE está centralizando a divulgação dos resultados, ao contrário do que aconteceu em pleitos anteriores, quando os tribunais regionais eram os responsáveis por publicar os dados.
Na coletiva, Barroso comentou que, desde o primeiro momento, não teve simpatia por essa troca — no caso, a totalização ficar com o TSE. A decisão foi tomada antes da posse de Barroso. Questionado sobre se essa totalização poderia voltar aos Estados, Barroso não quis se comprometer e falou que isso pode vir a ser discutido pelo futuro presidente do TSE, Edson Fachin.
O presidente do TSE acredita que a redução no números de sistemas — há dois servidores e um foi desconectado — pode ter a ver com o problema da lentidão, mas ainda não há a confirmação do problema. Contudo, confirmou que houve a sobrecarga no sistema.