Apesar do discurso de que o Renda Cidadã não pode ser financiado por um "puxadinho", o ministro Paulo Guedes concordou com o uso de recursos dos precatórios e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para a criação do Renda Cidadã. A informação foi confirmada à GZH por um parlamentar que estava presente na reunião realizada na segunda-feira (28) no Palácio da Alvorada.
— Esse assunto foi discutido e aprovado na reunião. O Guedes com certeza voltou atrás após a reação do mercado. Eu acho que ele está perturbado, acho que daqui a pouco ele vai sair, está para sair — declarou o parlamentar, que prefere não se identificar.
Ele destacou ainda que essa não é a primeira vez que o ministro volta atrás em um acordo, lembrando do congelamento do reajuste dos servidores até o final de 2021, mas que deixaria de fora os que estão atuando na linha de frente ao combate à pandemia da covid-19.
— Ele (Guedes) disse que era possível aumentar para quem tivesse na linha de frente, como enfermeiros, que estavam sofrendo. No outro dia, ele voltou atrás e afirmou que era um absurdo, um crime contra o Brasil. Acho que ele está meio perturbado.
A declaração de Paulo Guedes ocorreu após o Senado derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro à autorização para que algumas categorias do funcionalismo, como médicos e enfermeiros, não fossem atingidas pela proibição de reajustes. À época, Guedes afirmou:
— Pegar o dinheiro da saúde e permitir que se transforme em aumento de salário de funcionalismo é um crime contra o país.
A Câmara acabou mantendo o veto de Bolsonaro.