O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro vai analisar a informação de que a prefeitura da capital fluminense teria montado um esquema, na porta de hospitais, para impedir denúncias e reclamações. Conforme noticiado pela TV Globo, os chamados "Guardiões do Crivella" (alusão ao prefeito, Marcelo Crivella) são servidores públicos que estariam sendo pagos para vigiar a entrada das casas de saúde e para constranger e ameaçar jornalistas e cidadãos que denunciam os problemas.
Em nota, enviada ao jornal O Globo, o MP afirma que "a notícia de fato será encaminhada para uma das promotorias de Justiça da Cidadania com atribuição para análise e possível adoção de medidas cabíveis".
O esquema foi revelado em reportagens de jornais locais da TV Globo no Rio e, depois, no Jornal Nacional. Conforme a emissora, a organização montada tem escalas, horários e ameaças de demissão.
Por meio de grupos de WhatsApp, servidores públicos estariam sendo distribuídos por unidades de saúde com objetivo de tentar atrapalhar reportagens com denúncias e reclamações sobre a situação das instituições da cidade. Eles também deveriam intimidar cidadãos para que não falem mal da prefeitura.
O que diz a prefeitura
Em nota enviada ao portal G1, a prefeitura do Rio diz que "reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais no sentido de melhor informar à população e evitar riscos à saúde pública, como, por exemplo, quando uma parte da imprensa veiculou que um hospital (no caso, o Albert Schweitzer) estava fechado, mas a unidade estava aberta para atendimento a quem precisava. A Prefeitura destaca que uma falsa informação pode levar pessoas necessitadas a não buscarem o tratamento onde ele é oferecido, causando riscos à saúde".