Militantes antirracismo marcharam pelas ruas de Porto Alegre, neste domingo (14), no primeiro grande ato do movimento Vidas Negras Importam na Capital. Convocados via redes sociais, os ativistas se reuniram na Redenção e encerraram a manifestação no Largo Zumbi dos Palmares, no final da tarde.
Durante a caminhada, acompanhada de perto por forte aparato policial, o grupo fazia sucessivas paradas para protestar de punho erguido, um símbolo dos movimentos negros. Entoando palavras de ordem, como “sem justiça, sem paz” e “acabou o amor, isso aqui vai virar Palmares", a multidão exibia cartazes de jovens negros mortos em ações violentas, com o menino João Pedro e a menina Ágatha Félix, ambos assassinados durante operações policiais no Rio. A manifestação também teve faixas contra o presidente da República Jair Bolsonaro.
No Largo, os manifestantes abriram um círculo humano. Ao centro, alguns ativistas se revezaram ao microfone em depoimentos denunciando o racismo, a injustiça social e a ausência de políticas públicas voltadas ao povo negro.
— Esse protesto partiu da nossa indignação com políticas racistas que causam o genocídio da população negra. Falta água e saneamento básico nas nossas comunidades. Ou você morre de covid ou de fome, porque os R$ 600 do governo não resolve nada no prato do trabalhador — explica a servidora pública Tamyres Filgueira, uma das líderes do movimento.
O protesto deste domingo foi idealizado por vários grupos de atuação na comunidade negra da Capital. No próximo final de semana, ele pretendem retomar a mobilização.