O senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da CPI das fake news, afirmou que o ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro será convocado para depor na comissão. Ao pedir demissão da pasta, Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro pretendia interferir em inquéritos da Polícia Federal.
— O requerimento já está feito, devemos deliberar sobre ele na primeira sessão presencial. O importante é saber quem é que tem razão, se o presidente Bolsonaro ou o ex-ministro Moro — disse o senador.
Mais cedo, em entrevista à Rádio Senado, Coronel declarou que não gostaria de coletar o depoimento de Moro através de videoconferência. Ele reiterou isso na entrevista à Rádio Gaúcha.
— Eu, inclusive, conversei muito com o presidente do Senado de fazermos sessões remotas, mas é muito complicado. Imagine, 60 e tantos parlamentares que compõem a comissão, a internet cai, congela a imagem, que é o que está sofrendo o Senado no dia a dia com as sessões remotas. A melhor opção é aguardar o mês de maio, para ver se a pandemia arrefeceu e podemos fazer as sessões presenciais. Mas é urgente a convocação do Moro — declarou Coronel.
Moro afirmou também que não assinou a exoneração de Maurício Valeixo da direção-geral da Polícia Federal, o que foi corrigido posteriormente no Diário Oficial da União.
— Se ele não assinou, há uma mentira nesse negócio, e nós temos que esclarecer — disse Coronel.
Além disso, o senador quer que Moro esclareça a "pensão vitalícia" que teria solicitado a Jair Bolsonaro para assumir o cargo de ministro, e vê necessidade de averiguar se houve crime do ex-ministro ou do presidente neste acordo.
Na segunda-feira (27), o ministro do STF Celso de Mello determinou abertura de inquérito para investigar as declarações de Moro. A Polícia Federal terá 60 dias para concluir a investigação, e deverá intimar o ex-ministro a prestar depoimento.
