Terceiro colocado na última disputa presidencial, Ciro Gomes defendeu que seu irmão, o senador licenciado Cid Gomes (PDT), agiu de maneira correta ao ter utilizado uma retroescavadeira para tentar acabar com uma mobilização de policiais na cidade de Sobral, no Ceará.
Atingido por dois tiros, Cid foi transferido para um hospital particular de Fortaleza nesta quinta-feira (20).
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ex-governador do Ceará responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro por ter permitido que a situação no município cearense chegasse a um estado crítico, que teve como desfecho um ataque a tiros contra seu irmão.
— O episódio se deve a uma impotência dos poderes constituídos em fazerem a Constituição Federal ser respeitada no Brasil e a um canalha que transformou a República do Brasil em uma república de canalhas que se chama Jair Messias Bolsonaro — disse.
Nesta quinta, Bolsonaro autorizou o envio das Forças Armadas para reforçar segurança no Estado.
Ele afirmou que seu irmão tentava restabelecer a ordem em Sobral, após grupos de manifestantes circularem pela cidade fazendo ameaças e com armas na mão. Segundo Ciro, ao chegar ao quartel policial, Cid tentou estabelecer diálogo com os amotinados e levou, inclusive, um soco no rosto.
— Todas as entidades dos policiais militares assinaram o acordo e há gravações dos pseudolíderes comemorando a vitória. E aí uma minoria resolveu se insurgir com violência e escolheu Sobral, evidentemente, porque é a nossa cidade, a intenção é claramente política de provocação — disse.
Ele disse que Cid está bem de saúde, em observação. Um dos projéteis que o atingiu ficou alojado na base do pulmão, mas não atingiu órgão vitais ou correntes sanguíneas. Ele deve agora permanecer sob cuidados médicos.
— E aí fica uma certa imprensa e esquerda elegantes no Brasil dizendo que o camarada perdeu a calma, que avançou com retroescavadeira. A minha pergunta é: se enfrenta fascismo com flores ou lacração de internet? Não foi a omissão dos políticos e a sua irresponsabilidade que permitiu o avanço da facção criminosa? — questionou.