Ao final de um julgamento superior a 14 horas, na sexta-feira (1), o prefeito de Lindofo Collor, Wiliam Winck, teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores do município do Vale do Sinos. No lugar do político do PP assume Gilmar de Quadros, do PT, que foi empossado em sessão iniciada tão logo os vereadores confirmaram a saída do prefeito.
O processo de cassação teve início com uma denúncia, em agosto passado, de autoria de quatro partidos: MDB, PTB, PRB e PT. Juntos, os partidos têm sete das nove vagas do Legislativo do município. Winck era acusado de três irregularidades: impedir o funcionamento regular da Câmara, não repassar a integralidade do duodécimo ao Legislativo e extrapolar os gastos previstos no orçamento com o funcionalismo, infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Das três acusações, o prefeito foi absolvido somente da primeira, por cinco votos a quatro. Na segunda, foi condenado com seis votos favoráveis à cassação, dois contrários e uma abstenção. Na terceira, teve seis votos favoráveis à cassação e três contrários. Era preciso dois terços dos vereadores (seis votos) para o afastamento.
– Na questão do duodécimo, não se tratava de um recurso de que a Câmara necessitava, mas ao não repassar o valor integral, o prefeito violou a LOA (Lei Orçamentária Anual). Eu mesmo adverti ele da irregularidade. Fico triste como cidadão de Lindolfo Collor, mas tive que votar como vereador. Espero que sirva de lição para o próximo prefeito: a Câmara está ali para fiscalizar a aplicação da lei – declarou o presidente do Legislativo, Marcio Cardoso (MDB).
Winck, que à época das eleições municipais de 2016 tinha 27 anos, foi eleito com 62% dos votos válidos de Lindolfo Collor. Em seu perfil no Facebook, na manhã deste sábado, o agora ex-prefeito não fez comentários, mas atualizou sua foto de capa com os dizeres: "Não é um adeus, é um até logo".
GaúchaZH tentou contato com Winck, mas não obteve resposta. Os seus advogados prometem recurso à Justiça para reverter a decisão.