O governador de São Paulo, João Doria, afirmou que o PSDB escolheu o lado errado ao rejeitar, nesta quarta-feira (21), dois pedidos de expulsão do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG).
A decisão foi uma derrota para Doria, que defende a saída do mineiro e é considerado o principal líder tucano hoje. O governador paulista, que pretende ser candidato à Presidência em 2022, disse que "quem perdeu foi o Brasil".
"Lamento a decisão da maioria dos membros da executiva do PSDB que votou a favor da manutenção de Aécio na legenda. Respeito a votação, mas ela não reflete o sentimento da opinião pública brasileira", afirmou em nota.
Ao todo, 35 tucanos participaram da reunião no diretório nacional do partido, em Brasília. Foram 30 votos a favor de Aécio, quatro contra e uma abstenção.
"Cada membro da executiva deve responder por sua posição. A minha é clara: Aécio Neves deve se afastar do PSDB e fazer sua defesa fora do partido. O derrotado neste caso não foi quem defendeu o afastamento de Aécio. Quem perdeu foi o Brasil."
A ofensiva contra o deputado mineiro foi patrocinada por Doria, que conseguiu apenas quatro votos contra Aécio: o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, do secretário de Saúde da capital paulista, Edson Aparecido, e do tesoureiro do PSDB, César Gontijo. A abstenção foi do líder do partido na Câmara, Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Questionado se a posição da executiva foi uma derrota para Doria, Aécio afirmou não enxergar dessa forma, mas classificou o processo como eleitoreiro.
— Ao meu ver, uma preposição inadequada foi feita, claramente, com uma percepção eleitoral e o partido simplesmente disse que aqui tem regras e essas regras é o que vão fortalecer o candidato do partido. Doria tem qualidades, obviamente que é um projeto ainda em construção vai passar por pelo êxito da sua administração em São Paulo, para o qual todos nós torcemos.