O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quinta-feira (22) seu direito de intervir na Polícia Federal e disse que, se não puder trocar um superintendente do órgão, pode mudar o diretor-geral.
— Agora há uma onda terrível sobre superintendência. Onze (superintendentes) foram trocados e ninguém falou nada. Sugiro o cara de um Estado para ir para lá: "Está interferindo". Espera aí. Se eu não posso trocar o superintendente, eu vou trocar o diretor-geral — afirmou.
A declaração foi feita na saída do Palácio da Alvorada, quando o presidente foi questionado se ele pretendia retirar Maurício Valeixo da diretoria-geral da PF.
— Se eu trocar hoje, qual o problema? Está na lei que eu que indico e não o (ministro) Sergio Moro. E ponto final — afirmou, em mais um atrito público com o ex-juiz federal e hoje titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Na noite de quarta (21), Bolsonaro fez uma postagem no Twitter dizendo que é sua atribuição escolher o chefe da instituição.
"Confio plenamente em meus ministros. A eles conferi total autonomia. Aos setores da imprensa que me acusam de interferir na PF, lembro que, de acordo com a lei 13.047/14, a escolha do Diretor Geral dessa exemplar instituição é de competência exclusiva do Presidente da República", escreveu.
Já nesta quinta-feira o presidente deu sinais trocados sobre se vai mudar o comando da polícia, mas repetiu diversas vezes que isso cabe a ele e não ao ministro da Justiça.
— É intenção minha, a hora que eu achar correto. Se é para não ter interferência, o diretor anterior, que é o que estava lá com o Temer, tinha que ser mantido. Ou a PF agora é algo independente? A PF orgulha a todos nós, e a renovação é salutar, é saudável — disse.
— O Valeixo pode querer sair hoje. Não depende da vontade dele. E outra, ele é subordinado a mim, não ao ministro. Deixo bem claro isso aí. Eu é que indico. Está bem claro na lei.
Ao ser questionado sobre se vai trocar agora Valeixo, respondeu:
—Você vai ficar querendo saber.