SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) voltou a defender nesta segunda (15) que a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) saia da legenda e disse que a vida dela tende a ser um "inferno" diante da votação de novos temas no Congresso, como a reforma tributária.
"O partido dela não é esse", afirmou. "Vai ser um inferno a vida dela. Porque cada um desses embates tem a ver com o tipo de visão de mundo que você tem", disse Ciro durante evento do PDT em São Paulo para debater a gestão Jair Bolsonaro sob a ótica trabalhista.
O embate entre Tabata e Ciro começou após a votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. A deputada e outros sete deputados do PDT votaram a favor da medida, contrariando a orientação partidária.
O partido havia fechado questão contra a reforma da Previdência e agora vai avaliar eventuais punições aos dissidentes.
Segundo Ciro, "até a antevéspera, para não dizer até a véspera, ela [Tabata] nos disse que votaria contra essa proposta".
Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, Tabata disse que partidos tentam se modernizar, mas "ainda ostentam estruturas antigas de comando, e na maioria faz falta mais democracia interna".
Ciro chamou novamente de "partido clandestino" um movimento de renovação política que Tabata fundou, batizado de Acredito.
No sábado (13), ele havia acusado a deputada de fazer "dupla militância", por responder ao partido e ao movimento.
O que está em jogo após as eleições de 2018, segundo Ciro, é a condição do conservadorismo contra a Constituição de 1988. "A história vai registrar quem estava de um lado e quem estava do outro."