No mesmo dia em que foi almoçar com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), deu uma sinalização contrária ao governo ao votar a favor da urgência do projeto que susta o decreto editado pelo vice-presidente Hamilton Mourão em janeiro que ampliou a funcionários comissionados e de segundo escalão o poder de impor sigilo a documentos públicos. A proposta foi aprovada pela Câmara e impôs a primeira derrota do governo na Casa.
Além de Bivar, o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) também votou a favor da urgência. De acordo com ele, sua decisão foi tomada porque momentos antes de registrar seu voto, a liderança do governo havia liberado a bancada no encaminhamento da votação. Já o PSL foi o único partido que orientou seus integrantes a votar contra a questão.
"Votei com a minha consciência e independência e obedeci à liderança do governo", afirmou. Questionado sobre o motivo de ter ido contra o encaminhamento do seu partido, Tadeu afirmou que obedeceu ao governo. "O partido é uma coisa. Eu fui com o governo. Se o governo entendeu que a urgência cabia, eu fui com o governo. Estou aqui ajudando o governo porque a opinião do governo é mais importante para mim", disse.
De acordo com Tadeu, ele era favorável apenas à urgência para votação do projeto e não o seu mérito. "Era importante votar a urgência para analisar o projeto e tirá-lo da frente. Tem coisa mais importante para ser votada aqui", afirmou.
Os dois foram os únicos dos 52 deputados do PSL que votaram a favor da urgência. Até esta publicação, o deputado Luciano Bivar não havia retornado às tentativas de contato para explicar sua decisão. Após o encontro que teve com Bolsonaro nesta tarde, o deputado afirmou apenas que foi um "almoço cordial".