O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) decidiu colaborar com a Operação Lava-Jato e começou a negociar sua delação premiada, segundo o jornal O Globo. Condenado a 198 anos e seis meses de prisão, ele estaria em tratativas com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Procuradoria-Geral da República (PGR). A delação envolveria juízes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e servidores do Ministério Público (MP) carioca, além da compra de votos que resultou na escolha do Rio como sede da Olimpíada e de crimes citados em delações de outros investigados.
Governador de 2007 a 2014 e visto como um dos líderes do esquema de corrupção envolvendo políticos no Rio de Janeiro, Cabral foi preso em novembro de 2017 por chefiar um esquema de corrupção que teria desviado mais de R$ 210 milhões. Ele nega ter recebido propina para favorecer empreiteiras em obras públicas, mas admite ter recebido caixa dois.
A mudança na estratégia resultou em troca de cadeiras entre seus advogados. Rodrigo Rocca, que defendia Cabral, deixou o cliente por não concordar com a estratégia de firmar delações premiadas, conforme informou em entrevista ao portal UOL. O novo advogado do ex-governador, João Bernardo Kappen, agora teria procuração para negociar com MPF e PGR.