Considerado "coordenador de tudo" do governo eleito de Jair Bolsonaro e futuro ministro da Casa Civil, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) negou nesta quarta-feira (14), em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, que tenha recebido um segundo repasse de R$ 100 mil da JBS, via caixa 2, durante as eleições de 2012, quando já era presidente do DEM-RS. A informação foi revelada em reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Na mesma entrevista, Onyx afirmou que Bolsonaro deve criar o Ministério da Cidadania.
— É muito estranho que agora apareça de maneira muito posterior essa planilha de uma pessoa que nunca vi, que se eu passar na rua não sei nem quem é. Em 2012, eu nem era candidato. Eu não tenho nada a ver com essa história — afirmou, rebatendo os documentos entregues pelos executivos da J&F (holding que controla a JBS) Joesley Batista, Ricardo Saud e Demilton Castro, em agosto do ano passado, que apontam repasse de R$100 mil a "Onyx-DEM".
O parlamentar relembrou o episódio semelhante de 2017, quando admitiu ter recebido R$ 100 mil de caixa 2 da JBS para sua campanha em 2014 para fechar suas contas sem dívidas. Hoje ministro extraordinário do governo de transição, Onyx considera as novas acusações um "terceiro turno das eleições" e "um mecanismo para criar instabilidade dentro do governo de Jair Bolsonaro".
— Quando houve o episódio em 2014 envolvendo a ABIEC, eu reconheci o erro, assumi a responsabilidade. Venho fazendo, dentro das minhas possibilidades, doações voluntárias a entidades assistenciais do RS, já está próximo dos R$ 50 mil, e estou a disposição da PGR — afirmou — Eu tatuei na minha pele o versículo João 8:32: "conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" depois daquele episódio para nunca mais errar, para eu nunca mais esquecer — enfatizou.
Questionado se conversou com Sergio Moro — indicado para a pasta da Justiça, e que já afirmou que caixa 2 é pior do que corrupção — sobre o episódio de 2014, Onyx relembrou que conhece o juiz desde 2005, quando foi relator da CPI dos Correios. O deputado afirmou que o magistrado lamentou o ocorrido, mas que compreendeu a situação:
— Ele entendeu que aquilo foi uma atitude digna, correta. Quem nunca cometeu um erro na vida? Que atire a primeira pedra. Pelo que sei, sou o único do Brasil que fez isso.