De passagem por Porto Alegre nesta sexta-feira (9), o ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner de Campos Rosário, teceu elogios ao presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e disse não temer retrocessos na área. Evitou criticar o futuro governo por ter sinalizado a intenção de retirar o status ministerial do órgão (e depois voltado atrás) e afirmou que o grande desafio, a partir de agora, é a criação de uma base única de dados da União, dos Estados e municípios para fortalecer o combate à corrupção e dar mais eficiência à administração pública.
Wagner veio ao Rio Grande do Sul falar sobre o futuro do controle interno no Brasil a convite da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage), que celebra 70 anos – e integra a Secretaria Estadual da Fazenda. A palestra ocorreu na sede da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul). Antes da apresentação, ele conversou com a imprensa, quando foi questionado sobre as perspectivas com a mudança de comando no Palácio do Planalto.
— Nós, da CGU, temos uma atuação bem diversificada, tanto no combate à corrupção quanto na melhoria da gestão. Temos algumas competências que nos exigem status de ministério. Acho que a equipe de transição está tomando pé da situação e vai chegar à conclusão da melhor formação para o ministério, seja com status de ministério, seja vinculado à Presidência da República, que também é um modelo que já tivemos anteriormente — declarou.
Para o ministro, que é auditor federal desde 2009, a pauta de Bolsonaro "é bem clara":
— Ele já disse que a Constituição é o seu norte e vem nomeando pessoas técnicas, com conhecimento. A equipe que está sendo formada é muito boa. Não vejo nenhuma ameaça.
Após fazer essas ponderações, afirmou ser de vital importância "que o órgão seja independente e não esteja subordinado diretamente a nenhuma entidade que fiscaliza". Destacou ainda que o caminho da transparência "não tem volta", independentemente de quem estiver à frente da Presidência da República.
— Estamos muito avançados (em termos de transparência). Cada vez mais o governo está abrindo seus dados, e isso não tem volta. O grande passo, agora, é a gente criar uma base única da União, dos Estados e dos municípios. Outro passo importante é trabalhar a transparência no meio privado, e não só no público — concluiu.
Contador e auditor-geral do Estado, Alvaro Fakredin, agradeceu a presença do ministro e destacou os avanços na área no Rio Grande do Sul, mesmo com o agravamento da crise nas finanças.
— O efetivo controle sobre a despesa pública representa fazer mais com menos. Atuamos em defesa da sociedade — sintetizou Fakredin.